Grace…
… é uma turista americana, convocada involuntariamente para o meu imaginário ilustrado.
Recupero-a de uma fase em que ainda não se sonhava com SARS-COV2. Uma altura na qual, ver uma cara feliz, de aparência estrangeira, à frente de um monumento de referência na cidade de lisboa, não nos causava estranheza. Não nos levava a pensar, ser a criatura louca… ou muito destemida.
Na altura fi-la a título de amostra da linguagem que propunha como solução para um conjunto de ilustrações pedidas por um determinado cliente.
O seu sorriso tinha sido pensado para preencher uma parede.
Grace acabou por não ganhar estatuto de encomenda final, mas, ficou desde então presente na minha memória afectiva.
Bizarro…
Admito que desenvolvi simpatia por esta criatura imaginada e tornada visível por mim, representada em visita à minha cidade, "apanhada" num dos seus recantos históricos de que mais gosto.
Creio que na origem desta simpatia unidirecional, e como tal, não correspondida, está a construção mental que fiz em torno de uma figura serena, com quem até seria possível partilhar alguma afinidade de interesses (imagino)… que se desloca a um país desconhecido, e vive durante a estadia, um dia-a-dia de descoberta sensorial, através do deslumbramento permanente com as riquezas culturais da maravilhosa cidade em que se encontra. O tempo de Grace é, naquele momento, de pausa em relação a tudo o que deixou para trás, em casa. O seu sorriso reflecte a liberdade de decidir o que fazer nesse e nos dias seguintes… sabendo que cada minuto tem potencial para ser bom, feliz e bem passado.
Já não é verão. Lisboa é varrida por aquele ventinho fresco matinal. Grace foi apanhada de surpresa e acabou por comprar uma echarpe de seda cor-de-rosa num dos indianos da baixa.
Próxima paragem… Brasileira do chiado para bica e pastel de nata.
2 comments:
Belo texto. Tenho a certeza de que a Grace adoraria lê-lo.
Beijinho!
; )
A Grace é uma moça catita.
Beijinho
Obrigado pela visita
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