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Friday, March 18, 2022

[ Corte ]


POST SOUNDTRACK

Corte 1
Cortar as linhas que nos guiam no sentido de evitar os erros que a nossa inexperiência/imaturidade não permite antecipar, livrando-nos assim de desfechos menos positivos para a nossa integridade, ainda que, por vezes, gerando em nós contrariedade e revolta interior, momentânea ou permanente, advinda do facto de a nova direção induzida às nossas dinâmicas, poder ser contrária à que é mais apelativa à nossa vontade. 

Corte 2
Cortar as linhas que nos prendem os movimentos, restringindo a nossa liberdade, diminuindo a amplitude do bater das nossas asas, e, consequentemente, promovendo a calcificação da articulação dos nossos movimentos máximos potenciais, com reflexo imediato na diminuição dos horizontes dos nossos processos mentais criativos, resultando no enjaulamento involuntário da personalidade por descobrir.

Abrir a tesoura… Cercar a linha alvo por dois lados necessariamente opostos… Abater sobre ela (linha) o desencontro cruzado rasante das duas lâminas articuladas em convergência… Adequar a força aplicada à debelação da densidade da linha, ajustada em função da verificação sensorial imediata… Assistir ao sucesso programado do desfecho da acção.

Tuesday, March 15, 2022


 

[ Casa ampliada… ]

 

POST SOUNDTRACK
https://www.youtube.com/watch?v=TYSAxi86Wus

Esta foto é de Fevereiro de 2012.
Foi tirada para ilustrar uma mini entrevista publicada no site da "I love Bairro Alto".
Nessa altura eu tinha regressado, havia aproximadamente 1 ano, ao desenho em grande formato.
Nesta fotografia tirada no meu atelier, está, em fundo, o meu plano de trabalho, no qual é possível ver um desenho "em curso", protegido com uma folha de papel vegetal. Este trabalho fazia parte de uma colecção subordinada à temática da luz, e à sua tradução em manchas de diferentes densidades de riscado preto.
Na minha mão direita estão duas canetas de tinta da china responsáveis por tal espalhafato.
Estes desenhos retomaram uma práctica iniciada nos primeiros anos de Belas Artes, e sucederam às minhas experiências de temáticas orgânicas (desenho de couves, ossos de cavalo e de borrego, etc.), representadas, por vezes, com materiais também orgânicos, enquanto elementos cromáticos/pictóricos (sangue de animais), numa perspectiva conceptual de articulação profunda entre tema representado e técnica de representação.
Decidi recentemente conceder uma montra a este meu percurso no qual exploro o desenho-como-um-fim-em-si-mesmo.
Quem faz o favor de acompanhar as publicações deste meu repositório de riscos, letras, e por vezes sons de minha autoria, sabe que o meu trabalho de ilustração (desenho-como-um-meio), está indissociavelmente embrenhado no meu trabalho de desenho, e vice-versa.
Achei então que faria sentido que essa montra tivesse alojamento numa divisão desta casa a que chamo blog. 
Na coluna indexadora de navegação encontra-se um link para algo chamado Drawing art _ Rodrigo Prazeres Saias,  e será então aí que irei, discretamente, ilustrar esse meu percurso.
À semelhança do que vai acontecendo aqui deste lado, manifesto-me desde já profundamente grato por quaisquer eventuais futuras visitas.