Ilustrar a parede grande do Sana Evolution Saldanha foi um grande desafio… Um desafio com 13,6 metros de comprimento, para ser exacto.
Como já referi neste blog, a noção exacta das implicações técnicas associadas à materialização do trabalho de ilustração é fulcral, na medida em que condiciona de forma decisiva a qualidade do trabalho final. A nossa melhor ilustração, se mal reproduzida, ou se construída de forma desadequada aos meios utilizados para a a sua reprodução, resultará, quase certamente, num completo desastre.
Neste trabalho o problema esmagador consistia na dimensão. A parede a preencher estendia-se ao longo de 3 planos que totalizavam os referidos 13,6 metros. Para agravar um pouco o panorama, existem ainda duas esquinas dobrando a superfície em ângulos de 90º.
O patamar de qualidade de reprodução que defini, excluía, obviamente, a existência de qualquer indício de pixel no traçado impresso. Assim, logo à partida, a dimensão do ficheiro seria esmagadora. A possibilidade de trabalhar em faixas verticais não era especialmente animadora devido à complexidade de traçado. As probabilidades de ocorrerem desacertos seriam enormes e faziam antever uma sequência grande de horas de desespero a resolver os problemas daí resultantes.
Por fim, a representação proposta incorporava mudanças compositivas coincidentes com as esquinas da parede. As diferentes abordagens perspécticas deveriam coincidir rigorosamente com as mudanças de plano construtivo.
Acabei por optar pela geração de um ficheiro único em que todos estes aspectos seriam mais fáceis de controlar.
Por outro lado, devido a uma capacidade limitada de digitalização sem interpolação e pela relação deste aspecto com o tamanho da parede, o original a desenhar tinha necessariamente que ter uma dimensão generosa. Esta decisão foi também importante para conseguir que o traçado, ao ser ampliado não ficasse demasiado grosso. A utilização de uma caneta ultra fina também viría a judar.