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Friday, December 7, 2012

(h)ortografias [poesia de António Saias]


(h)ortografias é o nome do blogg de António Saias.
De (h)ortografias vai nascer um livro.
A edição é de Estela Vieira… poder de iniciativa, capacidade de trabalho e dedicação notáveis.
Obrigado Estela
A capa tem uma ilustração minha, feita com base no poema "dás oliveira…" já referido em post anterior neste blogg.


dás oliveira

frutos redondos
colhê-los dói
nas mãos nos ombros

dás oliveira
frutos pequenos
sabê-los de outros
-a quem os colhe-
não lhes dói menos

dás oliveira
frutos amargos
das feridas fundas
que vais fazendo
nos dedos magros


A este texto fortíssimo foi adicionada música, pelo maestro Fernando Lopes Graça, e o resultado faz parte do repertório de alguns grupos de canto coral do país. [ OUVIR AQUI ]
O livro será lançado a 15 de Dezembro, em Évora, na Zorra [Rua Serpa Pinto nr * 78], pelas 22.00h.
Haverá leitura de alguns poemas e uma breve dramatização com base num outro poema.
Estais convidados…

Thursday, October 11, 2012

[ Greenfest 2012 ]

A Egoísta dedicada ao "Altruísmo" já anda por aí.
Numa referência ao Greenfest, evento dedicado à sustentabilidade, este número da Egoísta publica três ilustrações minhas direccionadas para actividades ao ar livre e interacção com a natureza.
Os textos são de Patrícia Reis.




Friday, August 3, 2012

COMO
  péssimo produtor do belo

  só posso compensar-me
  em procurá-lo "



  António Saias
  in (h)ortografias

Tuesday, February 21, 2012

Preview #1 + Preview #2

A imagem não reproduz uma ilustração.
Trata-se de um desenho… caneta preta sobre papel de 300 gr, formato 70 * 100 (… No photoshop here…). A minha ideia inícial era ter uma colecção de 10 ou 12 desenhos e aí então mostrá-la a quem a quisesse ver, mas a galerista Ana Matos e o amigo e fotógrafo Cláudio Garrudo fizeram-me o simpático convite de participar nesta exposição colectiva, denominada I=II, da Galeria das Salgadeiras com 2 desses desenhos. Até 7 de Abril.
Já há uns meses que trabalho activamente sobre este novo caminho que descreve uma volta bastante curiosa: … A minha primeira ilustração possuidora da linguagem que este blog amplamente documenta, para um texto de Agustina Bessa-Luís publicado na revista EGOÍSTA, foi inícialmente abordada numa perspectiva diferente. Eu já tinha produzido ilustrações para outros suportes editoriais, mas com uma linguagem que achava não ser adequada ao objectivo em causa, tendo resolvido experimentar a técnica e linguagem dos trabalhos plásticos que realizava na altura, ou seja, desenhar com sangue sobre papel de aguarela. Foi um tremendo falhanço, vendo-me eu obrigado a romper totalmente com essa linguagem, iniciando de seguida algumas experiências que me levaram ao trabalho com recurso a desenho sobre papel, e cor digital, através do qual ilustrei "Artur Leite, pai de uma menina".
Realizada a exposição "Natureza Morta" (crâneos de borrego desenhados a sangue) abandonei o desenho como um fim, e durante todo este tempo, enquanto ilustrava, vim procurando um tema e uma linguagem que me permitissem voltar ao desenho "analógico" em grande formato. A resposta a ambas as questões acabou por vir do trabalho de ilustração.
Ao longo desse percurso consigo identificar 4 momentos decisivos para chegar até à linguagem do desenho apresentado acima, o último dos quais é a BD de Masanori Kasumoto Okama, o marceneiro que percorria uma floresta de Okinawa em busca de um "… determinado tipo de madeira…", publicada também na EGOÍSTA, edição "traço".
Para mim, o que é curioso neste ciclo é o facto de a linguagem do desenho como um fim, abrangente, ilimitado, não me ter permitido resolver um exercício de ilustração… e ter sido o percurso de ilustração, limitado, restritivo, utilizando o desenho como um meio (técnica), e através do património visual aí construído (tema), que me trouxe de volta ao desenho como um fim.