tag:blogger.com,1999:blog-8020230355594396782024-03-07T22:28:32.265+00:00rodrigo prazeres saiasrodrigo prazeres saias ilustração ilustracao ilustrador desenhador ilustrator ilustration desenho animation animaçãoRodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.comBlogger337125tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-9420837216254196942024-01-31T10:24:00.003+00:002024-01-31T10:34:08.596+00:00[ Sísifo ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCcyftqZrlJOyS5TWsGFqorfpR6Wyofmk8mlmjEQpqR9rilqd_KLZDBYnnScz6Hg-DbsmUn3Ol7Phe_x1tHb2LdGlCmw0otemuNE8VFAgZTeFUYiYrwE2RitY_06_8QplM858stO5O2b3gxIeE_BO2Wkk-yXuxnJOCex_SNLOIIaaI61EihQ6bb7Jgun0/s1511/%23RodrigoPrazeresSaias%20Si%CC%81sifo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1510" data-original-width="1511" height="438" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCcyftqZrlJOyS5TWsGFqorfpR6Wyofmk8mlmjEQpqR9rilqd_KLZDBYnnScz6Hg-DbsmUn3Ol7Phe_x1tHb2LdGlCmw0otemuNE8VFAgZTeFUYiYrwE2RitY_06_8QplM858stO5O2b3gxIeE_BO2Wkk-yXuxnJOCex_SNLOIIaaI61EihQ6bb7Jgun0/w438-h438/%23RodrigoPrazeresSaias%20Si%CC%81sifo.jpg" width="438" /></a></div><div><br /></div><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;">POST SOUNDTRACK</span><div><a href="https://www.youtube.com/watch?v=hn10okvX19E" target="_blank"><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;">https://www.youtube.com/watch?v=hn10okvX19E</span></a></div><div><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;">Bird’s Teardrops || Estas Tonne feat. Peia || Ashland, Oregon 2018</span></p> <p></p><p><span style="font-family: georgia;"><span>Carregar uma carga pesadíssima, encosta acima.</span><span class="Apple-converted-space"> <br /></span><span>Querer desistir, e não poder.</span><span class="Apple-converted-space"> <br /></span><span>Ter como única opção, continuar… mesmo que, no horizonte do tempo se perspective apenas a exaustão, e a provável falência física do organismo.</span><span class="Apple-converted-space"> <br /></span><span>A história de Sísifo é essa, sendo que, a cada vez que o topo é alcançado, novamente a carga cede ao chamamento gritante da gravidade, e rola, encosta abaixo. Nada menos que uma tragédia para</span><span class="Apple-converted-space"> </span><span>um carregador já esgotado.<br /></span><span>A ideia do recomeço do esforço previamente condenado ao fracasso, da repetição do ciclo, é devastadora.<br /></span><span>Na história da humanidade, a repetição de avanços e recuos parece ser uma constante.<br /></span><span>A sucessão de eventos bélicos configura uma onda de ciclo curto, à qual parecemos não conseguir fugir.</span><span class="Apple-converted-space"> <br /></span><span>Não passamos muito tempo sem as malditas guerras.<br /></span><span>Quando parece que, enquanto espécie, encerrámos esse capítulo e estamos finalmente em ascensão a um novo patamar verdadeiramente civilizado, a carga que transportávamos encosta acima, cede também ao chamamento gritante da gravidade.</span><span class="Apple-converted-space"> <br /></span><span>Cá vamos, novamente…<br /></span></span><span style="font-family: georgia;">.<br /></span><span style="font-family: georgia;">Interrogo-me se não haverá também uma onda de ciclo longo… MUITO longo…</span><span class="Apple-converted-space" style="font-family: georgia;"> <br /></span><span style="font-family: georgia;">Essa onda teria potencial para fazer desaparecer totalmente da face do planeta, a nossa memória civilizacional.<br /></span><span style="font-family: georgia;">Não digo que nesse dilúvio, fosse eliminada a totalidade da nossa espécie. Apenas a memória colectiva do estado evolutivo máximo a que chegámos em cada inflexão da vaga.<br /></span><span style="font-family: georgia;">Recomeçaríamos novamente, evoluindo do zero, Homens e Mulheres Sapiens, criando o fogo a partir da fricção de paus, MAS… rodeados de magníficos monumentos, herdados de um passado que não conseguíamos caracterizar, e inexplicáveis pelo nosso percurso conhecido.<br /></span><span style="font-family: georgia;">Por mais uns milénios… empurrando a carga, nova e penosamente, encosta acima.<br /></span><span style="font-family: georgia;">Como terá corrido a subida anterior? Teremos “também” falhado na solução para o colapso climático? Teremos “também” falhado na contenção e reversão da auto-infligida ameaça nuclear?</span></p><p class="p2" style="font-family: Helvetica; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><br /></p></div>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-51341593453952798372024-01-26T10:41:00.001+00:002024-01-26T10:41:13.322+00:00[ Leguminarium #3 ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSFTI74b8Ssy5W2c_MYj3RIBw2SariFCCkW7mt9CdDm2zz1t-IAK1fgpIJpAmdzc7I2_LgHO-y4M3HVE-XgmFrvN0JHqB9vJIZ96V1FL0BU48ZxT0qXvqSU3wL25rDjvsPCAvd1BzY-nWI-l8gmI-wULhjf1yAZ0tGNGL0tCWtOWTGRsny58fGLv_xvd0/s1575/%23RodrigoPrazeresSaias%20COUVE.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1575" data-original-width="1575" height="455" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSFTI74b8Ssy5W2c_MYj3RIBw2SariFCCkW7mt9CdDm2zz1t-IAK1fgpIJpAmdzc7I2_LgHO-y4M3HVE-XgmFrvN0JHqB9vJIZ96V1FL0BU48ZxT0qXvqSU3wL25rDjvsPCAvd1BzY-nWI-l8gmI-wULhjf1yAZ0tGNGL0tCWtOWTGRsny58fGLv_xvd0/w455-h455/%23RodrigoPrazeresSaias%20COUVE.jpg" width="455" /></a></div><br /> <p></p><p>A COUVE</p><p>Na publicação deste blog relativa ao início da colecção a que chamei <i>Leguminarium</i>, a qual estou a desenvolver para a <i><a href="https://www.mariacidrao.pt/" target="_blank">Maria Cidrão Delicatessen</a></i>, caracterizei o carácter primordial da relação entre referentes orgânicos vegetais e o meu despertar para as potencialidades do desenho artístico.<br />Nesse texto referi a relevância dos trabalhos que fiz em torno das folhas e nervuras de uma couve portuguesa, na cadeira de DESENHO I, em Belas Artes.<br />O fascínio visual inspirado por essas formas permanece, e o contentamento com o resultado desses trabalhos iniciais trouxe-me por muito tempo com vontade de regressar ao tema, e de retomar a a exploração das suas possibilidades.<br />Na visita ao espaço museológico da Sagrada Família, em Barcelona, fiquei maravilhado com a maquete invertida que Antony Gaudi fez do seu projecto da futura catedral, na qual estudava e testava a geometria das linhas de força através de uma intrincada teia de pesos suspensos por cordéis.<br />No meu referente verde, talos e nervuras desta obra orgânica, são como essa teia de cordéis distribuidores das forças. As curvas e contracurvas das vilosidades das folhas, são como as cúpulas e abóbadas estruturantes na sustentação do peso, resultante do comprimento dos enormes planos de tectos/folhas-verdes.<br />Os requisitos estruturais destas dinâmicas de forças, dão origem a um desenho carregado de proeminências e depressões formais, repleto de sombras e cavidades obscurecidas.<br />Tudo isto originou então (na colecção da couve portuguesa), e origina agora (nesta couve lombarda), representações repletas de jogos de luz sombra, que se me afiguram, só por si, visualmente muito ricas.<br />Da minha estadia em Belas Artes até à actualidade, a experimentação com o uso da cor levou-me a eleger a utilização da cor digital, com a sua, para mim fascinante, total homogeneidade, como recurso cromático exclusivo.<br />A actual colecção encontra-se embebida nessa conjugação – desenho de alto contraste a preto sobre papel branco, com cor digital adicionada. A linguagem que uso para as minhas ilustrações.<br />A minha catedral de bio engenharia orgânica é então avivada com a aplicação de mantos cromáticos homogéneos, divididos em territórios bem delimitados de nuances autónomas de verde, nos quais sombras e brilhos aprofundam e afloram formas elaboradas.<br />A totalidade dos trabalhos estará visível no meu blog geminado, aqui ao lado (<a href="https://prazeressaias.blogspot.com" target="_blank">prazeressaias.blogspot.com</a>), dedicado ao trabalho de desenho-como-um-fim, com informação de medidas, e noção de escala.<br />Para a divulgação deste trabalho em algumas plataformas, criei uma <a href="https://www.youtube.com/watch?v=d62w9NCOO3o" target="_blank">animação</a>. <br />Dediquei-me novamente à composição de uma faixa musical para essa animação, e mais uma vez constato que essa fase do processo produz em mim o mesmo entusiasmo que encontro na composição do desenho.<br />Satisfação dupla e gratidão múltipla.<br />E agora… é hora de fazer a sopa.</p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-59145933895838334562024-01-19T11:51:00.004+00:002024-01-19T12:35:57.247+00:00[ Egoísta 76 _ Cartas para a Liberdade | 50 anos do 25 de Abril ]<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSLuAoAPUvQCGDlJ7YNSm_QPUIMyI1-Yu62UZdgYeZDsrnr_OYWnSSuBLtL6W4VgbOAHXV5j_RiLrK3s8NKzI8nB598Z-RyYAf7YI9C7M-IX3Mo4WSJj44MsAt6BA2iM56weX5cl-OXFSsKo1c9GF0J3sS8Ygy3vlfBOXJnN_UhBYgGFvAS7kgGrEkUYs/s2362/%23RodrigoPrazeresSaias%20_%20Blog.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1925" data-original-width="2362" height="373" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSLuAoAPUvQCGDlJ7YNSm_QPUIMyI1-Yu62UZdgYeZDsrnr_OYWnSSuBLtL6W4VgbOAHXV5j_RiLrK3s8NKzI8nB598Z-RyYAf7YI9C7M-IX3Mo4WSJj44MsAt6BA2iM56weX5cl-OXFSsKo1c9GF0J3sS8Ygy3vlfBOXJnN_UhBYgGFvAS7kgGrEkUYs/w457-h373/%23RodrigoPrazeresSaias%20_%20Blog.jpg" width="457" /></a></div><br /><p></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">A mais recente edição da Egoísta já anda por aí.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">O tema deste número 76 é “Cartas para a Liberdade. 50 anos do 25 de Abril”</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">No arranque do trabalho de construção de uma qualquer edição com estrutura de livro (capa + miolo), um dos territórios pelos quais a minha mente começa de imediato a passarinhar, é, obviamente, o da capa.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">A tradução gráfica do conceito contido na formulação textual do tema (ou título), consiste num exercício que tem tanto de desafiante, quanto de entusiasmaste.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Neste caso, muito cedo no processo, (logo após a primeira conversa com a editora, Patrícia Reis), comecei a trabalhar mentalmente a ideia de associar a passagem do tempo (50 anos já deixam marcas no mais resistente dos seres vivos), ao mais forte símbolo da revolução que conduziu Portugal aos verdes campos da Liberdade e Democracia – O cravo vermelho.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Ambicionava eu, não só evidenciar claramente a passagem do tempo no dito símbolo, mas, mais do que isso, aludir ao sentido seguido por essa evolução.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Do verdejante campo de promessas viçosas dos primeiros meses da Liberdade recém-adquirida, até ao panorama sociopolítico actual, como haviam a passagem do tempo e as condições envolventes, orientado o crescimento dos cravos libertários. Como havíamos nós, cidadãos floristas, criadores de arranjos amanhados em canos de metralhadora, feito a jardinagem dos nossos canteiros, no decorrer destes 50 anos?</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">A transição de temáticas de muitas conversas “de café”, das questões inerentes às restrições das vontades do povo de pré-74, e da carência de então no que diz respeito a liberdades, recursos, bens de consumo…, para os temas em voga na sociedade desta última década, na qual a massificação e imediatismo da comunicação e do consumo vieram criar um conjunto de novas preocupações na mente do cidadão comum, não seria certamente alheia à evolução do posicionamento sociopolítico desses cidadãos.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Com consequência no desenvolvimento das flores da Liberdade, as discussões focam-se agora mais em outros assuntos, que não os da autonomia na decisão do próprio destino, os das fronteiras da cidadania, os dos direitos (nossos e dos outros)… os da eventual ida forçada para a carnificina da guerra.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Com consequência no desenvolvimento das flores da Liberdade, algumas das questões que eram assunto, deixaram de o ser, constituindo-se agora para alguns sectores da sociedade, como uma chatice com a qual não vale a pena consumir o cérebro nem gastar palavras.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">O meu processo mental baralhou e analisou então estas variáveis, e aparece com uma sugestão. Foi como consultar o chatGPTRodrigo e ler a solução:<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">“O tema da passagem do tempo, enquanto fórmula para elaboração de uma solução gráfica, se considerada no contexto da botânica, e mais concretamente no universo das flores, deverá, dependendo da duração do período em causa, reflectir o desenrolar do ciclo de vida, morte e eventual decomposição do espécime tomado como referente. A introdução do factor de manuseamento humano, e, tendo em conta a perspectiva da preservação do espécime (eventualmente devido ao seu valor simbólico), tem com frequência como desenvolvimento, a promoção da<span class="Apple-converted-space"> </span>conservação do mesmo, através de secagem entre as páginas de um livro.”</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Maravilha. Após analisar repetidamente a adequação desta solução, o meu entusiasmo com a mesma, mantinha-se inalterado.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">A conjugação da preservação da flor/símbolo com o universo dos livros tornava-a particularmente pertinente à utilização na Egoísta.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">A materialização da minha ideia passaria então por uma primeira etapa óbvia: desencantar um molho de cravos vermelhos, algo que resolvi sem dificuldade através de uma visita à florista do bairro.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Era agora proprietário de um viçoso molho de cravos vermelhos, <i>born and raised in</i>… Marrocos. Como…???<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Pois é… Em plena época de cravos (Agosto), parece que já não é fácil descobrir fornecedores nacionais para esta flor. Este aspecto soou-me a sacrilégio, estando em causa a evocação de um símbolo da conquista da Liberdade em Portugal. Mas, por outro lado… se a maioria das estatuetas de Nossa Senhora de Fátima disponíveis no mercado, são produzidas na China, estaremos então ainda dentro do domínio do aceitável. </p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Passemos à secagem…</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Algumas pesquisas no grande repositório do conhecimento humano chamado YouTube, tornaram-me rapidamente especialista em secagem de flores. Foi como proceder à conexão “<i>wired</i> pela nuca”, apresentada na série The Matrix, mas com uma velocidade de <i>download</i> ligeiramente mais lenta.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Contudo, as operações e métodos recém-aprendidos, iriam levar-me apenas à obtenção da preservação imaculada de uma flor.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Infelizmente não chegava.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Infelizmente, por essa via, e com esse resultado, o processo evolutivo a que eu estaria a fazer alusão, teria conduzido as flores da Liberdade, a uma democracia informada, isenta do flagelo da abstenção, imune aos extremismos e à demagogia, em que todo e qualquer cidadão assumiria a sua obrigação de acompanhar os desenvolvimentos políticos do país, e, quando chamado a decidir, estaria habilitado a escolher com lucidez, validade e fundamento.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Infelizmente, por essa via, e com esse resultado, o processo evolutivo a que eu estaria a fazer alusão, teria conduzido a sociedade, a um panorama em que os órgãos de informação seriam sustentados directamente pela procura dessa informação por parte dos cidadãos (mantendo-se assim isentos), cidadãos esses que teriam por sua vez capacidade para poder direccionar uma muito pequena parte do seu rendimento para uma assinatura (por exemplo de um jornal generalista credível), e ainda assim ter comida na mesa, e um tecto ao qual pudessem chamar seu, sabendo que o poderiam manter pelo tempo necessário à criação de descendência, com estabilidade. A qualidade da democracia e a preservação das suas liberdades depende também, directamente, da observação dos mínimos de qualidade de vida dos cidadãos que a compõem.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Mas a realidade actual não é esta.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">A minha equação não estava ainda completa.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Voltei então ao ChatGPTRodrigo.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Introduzi as novas variáveis, e a resposta não se fez esperar.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">“Nos processos de preservação e mumificação da matéria orgânica, e em particular nos que envolvem processos de secagem por passagem do tempo, existe um factor possuidor de potencial para comprometer de forma catastrófica a totalidade do método – a prevalência de humidade.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">O correcto controlo desta variável poderá trazer ao processo aspectos de degradação controlada dos espécimes, de forma a condicionar a sua aparência e integridade. Uma redução da quantidade do sal de natrão poderá ser a via para esse fim.”</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Novamente fantástico. Teria obviamente que filtrar da resposta a confusão nas referências e a mistura de contextos (próprias destas ferramentas e resultados por si produzidos), mas… a base estava lá.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Procedi então à adaptação do meu plano. Iria reduzir o grau de absorção do papel em contacto directo com as minhas flores da liberdade, e substituir as páginas do livro (também absorventes), por placas de acrílico em sanduíche (materiais isolantes). No meu modelo experimental esta alteração iria aumentar a humidade no processo de secagem, introduzindo aspectos visíveis de alguma degradação das flores.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Preparado todo este aparato no chão do hall dos quartos, trancámos a casa, e fomos de férias.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Não tendo (infelizmente) a possibilidade de cumprir o prazo de 40 dias prescrito pelos antigos egípcios, nem sequer o de 3 a 4 semanas recomendado no Youtube para a secagem de flores em livros, a coisa teve que se dar em apenas duas semanas.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">À chegada, retirados os pesos de cima das placas de acrílico… Removidos os papéis absorventes como se de gazes coladas a feridas purulentas se tratasse… aí estavam as minhas flores semi-secas. </p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Em algumas delas o tão desejado… bolor.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Sucesso.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">As flores da Liberdade, cujo valor atribuído pelos jardineiros de 1974, seria considerado como precioso e digno de preservação entre as páginas dos seus livros mais importantes, encontram-se por descuido de bonomia, manchadas pelo bolor das más práticas de conservação.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Para a capa da Egoísta, a construção deveria ser constituída por uma solução visual evidentemente elaborada a nível gráfico, por oposição à simplicidade da utilização de uma fotografia pura e simples do meu ramo de cravos semi secos.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Na construção da proposta, procedi assim ao isolamento de uma das flores menos afectadas por manchas de bolor, e, em seguida, tratei-a digitalmente para a tornar imediatamente identificável como um cravo seco. A rápida apreensão do conceito por parte do leitor dependia do imediatismo dessa descodificação. Neste primeiro plano, a evidência da elaboração gráfica desenvolve-se através da sobreposição da flor a um fundo homogéneo impresso em Pantone (aplicação integral e homógenea de uma cor determinada com grande excatidão), e da adição de relevo e verniz, limitados à área do cravo.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">O primeiro momento de leitura é este.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Num segundo momento, ao abrir a capa, e viajando até ao verso de capa, chega-se então a uma imagem que exibe vários cravos secos, e, em alguns casos, manchados de bolor.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">As flores da Liberdade simbolizam valores que nos são preciosos e dos quais não podemos abdicar. Esses valores impõem-se como alvos de preservação para o futuro. Nestes 50 anos conservámos essas flores entre as páginas de um, livro especial… a constituição. Há ainda muito caminho por fazer, enquanto colectivo, e especialmente enquanto cidadãos singulares. Afinal o rumo do colectivo faz-se da soma das sendas individuais.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Mas as manchas estão lá, nas frágeis pétalas e caules das flores da Liberdade.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Como é amplamente sabido, o bolor, sendo constituído por metrópoles de fungos em crescimento constante, se não for energicamente combatido, alastra-se… podendo vencer.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">O futuro é por nós desenhado a cada dia que passa. Veremos como corre.</p><p class="p2" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><br /></p><p class="p2" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><br /></p><p class="p2" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 12px; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><br /></p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-85137187318685372542023-12-27T15:43:00.007+00:002023-12-27T15:44:22.176+00:00[ Boas Festas 2023 ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmYUsQflXYimtsnVIjNNmKEgqMNZR9NetVCiEa1hytxuhtvymj69zCfY_mfYF4DJKCytfsS5_FeKP9_sO8tWCXlNYsQgBi1lD9tZPvia2ViS0-lyV6iqhpq7kPw2JdFhWIB87vlP1uTAa0CP-9uWSI48PpPfkfSLewhTNx2kIeuGFg5AggT3h71KuNjuI/s1080/Maria%20Cidra%CC%83o%20Deli%20NATAL23.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="441" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmYUsQflXYimtsnVIjNNmKEgqMNZR9NetVCiEa1hytxuhtvymj69zCfY_mfYF4DJKCytfsS5_FeKP9_sO8tWCXlNYsQgBi1lD9tZPvia2ViS0-lyV6iqhpq7kPw2JdFhWIB87vlP1uTAa0CP-9uWSI48PpPfkfSLewhTNx2kIeuGFg5AggT3h71KuNjuI/w441-h441/Maria%20Cidra%CC%83o%20Deli%20NATAL23.gif" width="441" /></a></div><br /><div style="text-align: center;"> <span style="text-align: center;">Boas Festas _ <span style="color: red;">2023</span></span></div><p></p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-27412144614879768322023-12-05T11:10:00.003+00:002023-12-27T15:31:17.471+00:00[ Carta a Israel ]<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV_UI-RrcZ-bHpvl3vpLGjCPFWfTXKezUhwZ_iqwgu8kbohySwk574MTTO-HqUMn0gnZ2A1bsXKAh-2RPFoqBNOzksb9qKHObGoiFx-x1T8y5jONoW3oSKaxpxdI5iHhMc882I2uPjhe6TezyGaSLkNLKZ7WBz_0I2d7J2G9Va6XVS6t7tOLExPCsjHsE/s1818/%23RodrigoPrazeresSaias%20_%20GAZA%2004%20DEZ.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1818" data-original-width="1575" height="504" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV_UI-RrcZ-bHpvl3vpLGjCPFWfTXKezUhwZ_iqwgu8kbohySwk574MTTO-HqUMn0gnZ2A1bsXKAh-2RPFoqBNOzksb9qKHObGoiFx-x1T8y5jONoW3oSKaxpxdI5iHhMc882I2uPjhe6TezyGaSLkNLKZ7WBz_0I2d7J2G9Va6XVS6t7tOLExPCsjHsE/w436-h504/%23RodrigoPrazeresSaias%20_%20GAZA%2004%20DEZ.jpg" width="436" /></a></div><br /><p></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">… como é estranha esta parte do mundo, três vezes santa.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Para um visitante externo às “civilizações” terrestres, pareceria ser este, certamente, um local agraciado com bênçãos em triplicado…</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Pareceria certamente que, dos enormes excertos comuns a estas três narrativas, poderia apenas emanar grande entendimento e compreensão… mãos dadas para o futuro.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Puro engano… O homem-macaco dá aqui especiais largas ao seu gosto por sangue dos seus irmãos, e ali gosta de colhê-lo em taças de cacos colados… apanhados nos escombros.<br /><br /></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Há coisa de 25 ou 30 anos, dirigi uma carta ao embaixador de Israel em Portugal.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Missiva à moda antiga, circulando em papel assinado à mão e despachada em envelope selado.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">As linhas que lhe dirigi espraiavam a minha perplexidade com o desempenho das tropas israelitas nos postos de controlo de acesso à Faixa de Gaza.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Tinha eu assistido a um documentário da BBC, sobre a actividade diária nos referidos postos de controlo.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">A entrada ou saída da faixa de Gaza era gerida pelos soldados israelitas, através de apertados controlos nestes <i>checkpoints</i> de acesso.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Do grande número de pessoas que diariamente procurava percorrer a passagem<span class="Apple-converted-space"> </span>entre estes dois mundos, a larga maioria era (e ainda hoje será) palestiniana, claro. Essa maioria tenta fazer esse percurso essencialmente por motivos de trabalho ou familiares.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">O passo lento e as inúmeras paragens prolongadas são justificados pelo desenrolar dos vários procedimentos de segurança, dos quais os soldados comtroladores conpreensivelmente não abdicam. Verificação de documentos, perguntas sobre a natureza da deslocação pretendida, ou sobre as relações com as pessoas com as quais o pretendente se vai encontrar.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Até aqui tudo é fácil de perceber.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">O tema assume contornos revoltantes quando se revela a postura e o tom adoptado pelos jovens soldados, perante os alvos diários do seu controlo.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Foi esse o móbil da minha carta.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Na minha leitura das imagens exibidas, era tão imprópria e desadequada a atitude ostentada pelos soldados israelitas que não pude deixar de a associar à imaturidade da sua visível tenra idade, muito embora estivesse também, e principalmente, ligada a uma evidente deficiência na sua formação moral enquanto meros cidadãos.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">No texto que elaborei, a dada altura, referi que o comportamento exibido pelos jovens soldados me recordava os episódios em que eu, enquanto criança, era esporadicamente abordado, nos meus percursos casa-escola/escola-casa, por pequenos gangs de crianças e/ou adolescentes (visivelmente pertencentes a franjas desfavorecidas da sociedade), empoderados pelo número de elementos que compunham esses grupos. Vagueavam pelas ruas da cidade, usando o tal poder dos números, para esmagar o ego e, esvair de amor próprio as crianças e/ou adolescentes tresmalhados com os quais se cruzavam, através do roubo, da injúria, da humilhação, ou da pura e simples agressão física.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Era essa postura que eu reconhecia na forma como os (demasiado) jovens soldados israelitas abordavam, questionavam e inspecionavam homens e mulheres, novos e velhos, cidadãos palestinianos, que tentavam atravessar os postos de controlo da Faixa de Gaza de então.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Pus-me no lugar dessa gente. Imaginei a minha mãe ou uma irmã, ou um dos meus avós, a serem tratados assim, diariamente, à minha frente, pelos imaturos, irresponsáveis e impreparados representantes de um estado opressor.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Escrevi então ao Embaixador de Israel em Portugal, expressando o meu choque com a situação que acabava de conhecer, dizendo que me parecia evidente a responsabilidade dessa imaturidade e falta de formação moral, aparentemente orientadora destas interacções, na criação e desenvolvimento de um sentimento descontrolado de revolta, e na geração de emoções que uma vez surgidas na alma de quem já nada tem a perder, facilmente poderiam ser direccionadas para acções negativas e profundamente condenáveis (estava eu longe de imaginar situaçãoes extremas como as que ocorreram dia 7 de Outubro passado).</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Desde a minha carta, a qual possivelmente nem chegou às mãos do seu destinatário final, quantas almas boas terão, por estes e outros mecanismos ainda mais violentes e injustos, atravessado a fronteira da bondade, abandonando esse território sem retorno?</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Na resposta israelita aos horrores de 7 de Outubro de 2023, as suas acções militares já custaram a vida a milhares de civis palestinianos, através de abordagens bélicas que parecem não ter em conta o valor real desse custo, e a desproporção para o resultado obtido. O seu carácter repetitivo parece indiciar apenas uma coisa – o mais profundo desprezo pelo valor de cada vida que compõe o povo palestiniano.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Segundo <a href="https://www.publico.pt/2023/12/03/mundo/noticia/ha-novas-regras-israel-guerra-tao-mortifera-gaza-2072411" target="_blank">notícia do jornal Público</a> de 3 de Dezembro:<span class="Apple-converted-space"> <br /><br /></span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">“Os números são de uma dimensão esmagadora: mais de 15 mil mortos (incluindo 6000 crianças e 4000 mulheres); 6000 bombas largadas só durante os cinco primeiros dias da guerra (com um peso de cerca de 4000 toneladas); 15 mil alvos atacados nos primeiros 35 dias”.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: helvetica; font-size: x-small;">(Excerto da notícia do Jornal Público, edição online de 03 de Dezembro 2023, por Sofia Lorena, com actualização às 21h12).<span class="Apple-converted-space"> </span></span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br />Israel pretende eliminar rapidamente os perpetradores dos terríveis ataques terroristas ocorridos a 7 de Outubro.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">No contexto destas acções, interrogo-me sobre quantos novos futuros terroristas terá já Israel feito nascer…</p><p class="p2" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><br /></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Passados todos estes anos a minha carta continua sem resposta.</p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-57169729324437387972023-11-13T13:00:00.004+00:002023-11-13T13:00:59.288+00:00[ Eugénio de Andrade ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsT8rrm9yVOd4mOdgU-E1QnSWH818_ScaCDAHmREpM7AaJAgPndlVU1RQVfZeXKfy6SSkWuzIsSVnyQIwOLTsDuwdxl8CbyMhjEILupreOVQSfBNTSYcbpMsIsLbcVE7EZn2f9u48n67rUYUeXp_4DpsrbAmv0z7zU_dkg55oC4XSapR-tUKUfpYzgN6U/s1908/%23RodrigoPrazeresSaias%20EA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1906" data-original-width="1908" height="415" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsT8rrm9yVOd4mOdgU-E1QnSWH818_ScaCDAHmREpM7AaJAgPndlVU1RQVfZeXKfy6SSkWuzIsSVnyQIwOLTsDuwdxl8CbyMhjEILupreOVQSfBNTSYcbpMsIsLbcVE7EZn2f9u48n67rUYUeXp_4DpsrbAmv0z7zU_dkg55oC4XSapR-tUKUfpYzgN6U/w415-h415/%23RodrigoPrazeresSaias%20EA.jpg" width="415" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 14px; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;">Sobre… </span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(0, 0, 0); font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 14px; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;">a procura de uma sílaba.</span></p></div> <p></p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-40495368626701084752023-08-08T19:43:00.004+01:002023-08-09T16:40:30.373+01:00[ Sabemos de onde partimos… não sonhamos onde iremos chegar. ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_vwV60wHtjdbKNjwZldTBDfE0w2lFGzWr6jIUlQZ2tn_P-W1HD5qMHCsQ3wb8sID2VsHyOCvYajzv2B0Rew_kz7YC9U0Bu2D4VrC1eGVE3woRVY7c5-y_0slVsxNEKs7aJOG_2YJGmJq1_hjWRgkSppevFTs2HbaRMXDL-4v_35_MWoD_bHhcQGYfQ3I/s1418/%23RodrigoPrazeresSaias%20Infantea.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1418" data-original-width="1418" height="451" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_vwV60wHtjdbKNjwZldTBDfE0w2lFGzWr6jIUlQZ2tn_P-W1HD5qMHCsQ3wb8sID2VsHyOCvYajzv2B0Rew_kz7YC9U0Bu2D4VrC1eGVE3woRVY7c5-y_0slVsxNEKs7aJOG_2YJGmJq1_hjWRgkSppevFTs2HbaRMXDL-4v_35_MWoD_bHhcQGYfQ3I/w451-h451/%23RodrigoPrazeresSaias%20Infantea.jpg" width="451" /></a></div><br /><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;">Post SOUNDTRACK</span><div><span style="color: #999999;"><span style="font-family: helvetica; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=TEaD9QM3g_Q&list=OLAK5uy_m79Ya00-LlerD1fhNXHdo3aAvX5NL_vYg&index=10" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=TEaD9QM3g_Q&list=OLAK5uy_m79Ya00-LlerD1fhNXHdo3aAvX5NL_vYg&index=10</a></span><br /></span><p></p><p><br /></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Sabemos de onde partimos, temos ideia da direcção que tomámos, não sonhamos onde iremos chegar.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">No ano da graça dos Senhor de 2023, a união europeia prevê atingir a neutralidade carbónica daí a 27 anos.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 18px; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">No ano da graça dos Senhor de 2023, por alturas de Junho, bateram-se recordes históricos de temperatura média global.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></p><p class="p2" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: center;"><span style="font-size: medium;">– 17°C.–</span></p><p class="p2" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Não parece muito, mas se considerarmos que este valor resulta da média de leituras extremas registadas no planeta, incluindo os valores mais frios (gelos polares), e os valores mais quentes (desertos mais tórridos), a perspectiva é já outra.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></p><p class="p2" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal;">A 21 de julho já era possível afirmar que “</span><span class="s2" style="font-kerning: none;">Julho de 2023 será provavelmente o mês mais quente do mundo em "centenas, se não milhares, de anos", afirmou o climatologista, citado pela agência AFP.” </span><span class="s1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal;">(</span><span class="s2" style="font-kerning: none;">Caos climático marca o mês de Julho na Terra. Os avisos da NASA e de outros cientistas) </span></span></p><p class="p2" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s2" style="font-kerning: none;"><a href="https://www.publico.pt/2023/07/21/azul/noticia/caos-climatico-marca-mes-julho-terra-avisos-nasa-cientistas-2057671?utm_source=copy_paste"><span class="s3" style="color: #0000e9; font-kerning: none;">https://www.publico.pt/2023/07/21/azul/noticia/caos-climatico-marca-mes-julho-terra-avisos-nasa-cientistas-2057671</span></a></span><span class="s3" style="color: #0000e9; font-kerning: none; text-decoration-line: underline;"> </span><span class="s1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal;">)</span></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O início de Agosto trouxe a confirmação.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Julho foi de facto, a nível global, o mês mais quente de que há registo, tendo sido batidos recordes de temperatura do ar e da água à superfície do oceano.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><a href="https://www.publico.pt/2023/08/08/azul/noticia/nao-ha-memoria-mes-tao-quente-julho-2023-2059512" target="_blank">https://www.publico.pt/2023/08/08/azul/noticia/nao-ha-memoria-mes-tao-quente-julho-2023-2059512</a></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Se ainda havia a ilusão de que era possível manter o aumento da temperatura média global abaixo do patamar de 1.5 graus a mais do que na época da revolução industrial, essa ideia acaba de se esfumar na mente dos otimistas.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Agora os olhos estão postos no patamar dos dois graus. Queremos manter-nos abaixo dele, mas o pessimismo é crescente, embora ainda silencioso.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A realidade encarregar-se-á de nos mostrar onde iremos aterrar. Será muito provavelmente numa existência sem corais nos oceanos, sem ursos polares no ártico (apenas nos zoos e nos bancos de preservação de ADN), sem tantas espécies que se pensavam indissociáveis da nossa ideia de planeta terra. Não existe no entanto uma ilustração definida das consequências que essas alterações representarão para nós humanos.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Até que ponto conseguiremos destruir o nosso ecossistema, e, ainda assim, sobreviver? O desafio implícito nesta pergunta tem tanto de impossível, como de ridículo.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O ritmo de aceleração das alterações do clima é bem mais acentuado que o ritmo da agenda do combate humano às mesmas.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A lógica do plano de combate parece-me ferida de morte.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A pequena fatia do globo que se encontra na vanguarda social e tecnológica, diagnostica e monitoriza a evolução do problema das alterações climáticas e da sustentabilidade da vida na terra, emitindo consequentemente alertas globais sobre a questão. A esperança desta minoria é a de que as restantes fatias deste bolo de humanidade, a oiçam, e ajam de acordo com as exigências de salvação do planeta.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Acabe-se com as centrais eléctricas de queima (carvão, diesel ou biomassa), não se construam sequer as centrais eléctricas nucleares, converta-se as frotas circulantes (aéreas, navais, rodoviárias) para eléctricas, alterem-se os padrões culturais das comunidades no sentido de reduzir o ritmo de crescimento da população, a qual, deverá simultaneamente, reciclar, e, consumir dando primazia a preocupações de sustentabilidade e ciclo de vida dos bens consumidos (independentemente do reflexo dessas preocupações no preço final a pagar). Modere-se também a voracidade consumista sem fundamento na necessidade real, bem como o expansionismo urbano sempre a par da degradação das áreas selvagens e de contexto natural.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Em resumo… aprendam com os nossos erros (da vanguarda civilizacional), bem documentados na nossa história, e evitem replicar/agravar os problemas por nós primeiramente criados e posteriormente ampliados, sob pena de virem, pela vossa dimensão e número, precipitar a impossibilidade irreversível de vida neste planeta, para todos nós… para os nossos adorados filhos.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Creio então ser esta a ferida que provocará a septicemia do plano de salvação do mundo.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Nós…, vós…, eles…</span></p><p class="p3" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Em <i>posts</i> anteriores deste blog de ilustração, este ilustrador, referiu já em textos de carácter ilustrativo, tecidos em torno das suas ilustrações, a convicção de que a solução para boa parte dos problemas mais relevantes do mundo, implica uma ablação da lógica do cada um por si dentro das suas fronteiras.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O problema da auto-induzida ameaça do caos climático à vida neste planeta, não é excepção. É mesmo um dos principais problemas a exigir soluções unificadas. O caminho que actualmente trilhamos, no qual os vários países analisam, decidem, e agem (ou não), por conta própria, e ao seu ritmo, está a levar-nos rapidamente para a cremação em vida.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Ao contrário de outras ameaças, esta exige acção imediata.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Por exemplo, no caso da auto-induzida ameaça nuclear, o posicionamento é diferente. Basta manter a serenidade, não assumir posturas agressivas no panorama geopolítico, e não carregar no botão. Se todos fizerem isto, a vida continua.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">No caso da questão climática o problema é que a própria continuação da nossa vida dita “normal”, através do adiamento diário das alterações aos nossos hábitos, vai ser a causa da irreversibilidade da crise. Não basta não fazer nada.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Creio que este desafio é o derradeiro teste à nossa humanidade (encarada no sentido do olhar compreensivo e inclusivo para com o outro).</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Creio que teremos que assumir, embora à força, “a generosidade como causa”.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O cerne da actual crise é essencialmente uma questão científica e tecnológica.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É necessário desenvolver tecnologia de suporte às várias vertentes operativas da existência humana, sem com isso comprometer a integridade dos ecossistemas.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É necessário produzir alimentos, energia, e bens de consumo, sem com isso precipitar a degradação não renovável dos recursos.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Este problema é essencialmente tecnológico.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Mas, uma vez desenvolvidas as soluções que permitam a sustentabilidade de um determinado novo modo de vida, será fundamental fazê-las chegar a todos.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">De nada adiantará à reduzida esfera dos países mais desenvolvidos, a detenção de uma grande quantidade de patentes de ideias com potencial para salvar o mundo, se a grande esfera dos países menos desenvolvidos tiver que pagar fortunas para implementar essas mesmas ideias.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O objectivo supremo do lucro, o qual até aqui tem gerido (naturalmente e compreensivelmente), o desenvolvimento das boas ideias, tem que, neste caso, ser invertido.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O interesse global da sobrevivência e a habitabilidade do planeta não são compatíveis com os interesses corporativos do lucro, geridos pelos parâmetros do capitalismo tradicional. Vai ser necessária uma espécie de socialismo climático internacional.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Os países detentores de tecnologia da sustentabilidade, se quiserem que os seus filhos tenham futuro, terão forçosamente que partilhar essa tecnologia a preços acessíveis (ou até em alguns casos oferecer), com os países que não a possuem, nem têm condições de a desenvolver.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Mas creio que esta lógica não terá que se aplicar só entre nações.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Se na administração interna de cada país, a conversão tecnológica para os recursos técnicos que promovem a sustentabilidade, tiver que ser feita à custa, apenas, da capacidade financeira dos agentes económicos, e sendo orientada por critérios capitalistas tradicionais, essa conversão será evidentemente demasiado lenta, e, garantidamente nunca será completa.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Por exemplo, se a conversão para veículos elétricos da frota automóvel do tecido empresarial de PMEs,<span class="Apple-converted-space"> </span>tiver que ser feita, sem apoios fortes, generalizados e prolongados dos estados, e apenas à custa da disponibilidade financeira dessas empresas, não será certamente uma transição rápida (pelo menos tão rápida como necessário), e muito menos total.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Também nesta esfera (a da governação interna de cada nação), será fundamental uma lógica de disseminação a custo reduzido das prácticas de exploração, desenvolvimento e implementação das boas ideias para a sustentabilidade.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Sem esta lógica de “dádiva”, a fundamental mudança não acontecerá no tempo necessário.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A nível internacional esta transferência <i>low-cost</i> de tecnologia para a sustentabilidade, se verificada do mundo mais desenvolvido para o menos desenvolvido, afigura-se-me ainda como que tratando-se da colocação de um peso na balança da moralidade histórica, contribuindo para uma redução do enorme desnível, resultante de séculos de prevalência na humanidade, de uma lógica de exploração do mundo (territórios e povos) menos desenvolvido, pelo mundo </span><span style="font-family: georgia; font-size: large;">(territórios e povos) </span><span style="font-family: georgia; font-size: large;">mais desenvolvido. </span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Com recurso a esta lógica de “oferta”, a fundamental mudança… também não me parece possível de se dar no tempo necessário.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Mas pelo menos teremos tido visão… e seremos cremados em vida, com a nossa consciência um pouco mais tranquila.</span></p></div>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-81132594218630583312023-06-23T10:37:00.002+01:002023-06-23T10:48:03.307+01:00[ O Rei de Marfim ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIPSuKeszeSxRfawrV9dwyji0Bl-FkopdRCQ4wlw7ptXm50UEVbyWtEVkOG6JaxtmtafFenZfYk65eJ__p5JkNVgxvK3pxnWFzfY5jkoMdW-4l20T3BmbFnoFvOHvpw93oFF_c9OBxda3MU-5_UySX3RecRRcXvY1chJP2OlQOWiY0bprep1o8IiP2OGI/s1574/%23RodrigoPrazeresSaias%20Xadrez.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1574" data-original-width="1574" height="568" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIPSuKeszeSxRfawrV9dwyji0Bl-FkopdRCQ4wlw7ptXm50UEVbyWtEVkOG6JaxtmtafFenZfYk65eJ__p5JkNVgxvK3pxnWFzfY5jkoMdW-4l20T3BmbFnoFvOHvpw93oFF_c9OBxda3MU-5_UySX3RecRRcXvY1chJP2OlQOWiY0bprep1o8IiP2OGI/w568-h568/%23RodrigoPrazeresSaias%20Xadrez.jpg" width="568" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="color: #999999; font-family: arial; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=1Stxce4Z1dE" target="_blank">POST SOUNDTRACK</a></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="color: #999999; font-family: arial; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=1Stxce4Z1dE" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=1Stxce4Z1dE</a></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><i> <span>Quando o rei de marfim está em perigo,</span></i></span></div><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><i>Que importa a carne e o osso</i></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><i>Das irmãs e das mães e das crianças?</i></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Fernando Pessoa, Poesias – Heterónimos</span></p><p class="p2" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 12px; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><br /></p><p class="p2" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 12px; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><br /></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Esta cena, com poucas alterações na indumentária das figuras em primeiro plano, poderia referir-se a um grande leque de temáticas diferentes, caracterizadas pela acção decorrente no plano posterior… lá… bem ao fundo do enquadramento.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">A ideia principal consiste na imperturbável obstinação dos dois senhores Persas, com o seu jogo de xadrez, enquanto a sua cidade é atacada por invasores assassinos.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">É no entanto transponível para tantos temáticas relevantes do nosso quotidiano.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Substituam-se então os senhores Persas por dois cavalheiros sem turbantes, de calças de ganga e camisas de mangas arregaçadas.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Proponho agora, de várias possíveis, 3 alternativas ao fundo da ilustração.</p><p class="p2" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><br /></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">– CENÁRIO HIPOTÉTICO 1… de vários possíveis</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Todo o horizonte em chamas… Todo o céu cinzento escuro, tinto de colunas de fuligem ascendente, resultante da combustão generalizada da paisagem de fundo, num clima sobre-aquecido.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Os 47,4 graus centígrados atingidos na Amareleja em 2003 não seriam tema de conversa entre estes dois protagonistas. Nem o facto de os três anos mais quentes de que há registo a nível mundial (2016, 2019 e 2020), estarem todos encaixados na última década, ou ainda, o facto de as três últimas décadas terem sido, à vez, sucessivamente mais quentes que a anterior… tal também não seria referido entre eles.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Ali, debaixo daquela árvore, à sombra, envoltos pela brisa amena do seu contexto particular… não se está mal.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Cavalo para c3.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p2" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><br /></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">– CENÁRIO HIPOTÉTICO 2… de vários possíveis</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Ao fundo decorre uma enorme manifestação de protesto. Trata-se de uma massa de indivíduos empunhando cartazes, e gritando de forma coordenada palavras de protesto. Na amálgama de sons, é claramente perceptível a sonoridade articulada de [ei, ái], identificando-se a sigla inglesa AI, de “artificial intelligence”.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Os protestos são convocados a nível mundial, após a inundação das redes sociais por imagens que mostram o ex-presidente norte-americano Barack Obama a pontapear uma idosa, em plena via pública. As imagens são incrivelmente realistas, e, veio posteriormente a saber-se, após filtragem por um software de fact-cheking (gerido por AI), tratar-se de um vídeo gerado por aplicações de AI. As imagens, eram acompanhadas de textos irrepreensivelmente estruturados e construídos, também gerados por AI. Esses textos estavam isentos dos erros e problemas de construção frásica que frequentemente indiciam o seu caráter falso. Essas mensagens apresentavam ideias que visavam condicionar o posicionamento político dos votantes no partido democrata norte-americano, e comprometer a sua base de apoio nas próximas eleições.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Pelo resto do mundo, diferentes tentativas de manipulação, suportadas pelo apuramento e autonomia de geração de conteúdos da AI, têm sido denunciados, e os seus estragos são evidentes,</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Os cidadãos que não acedem directamente a fontes de informação credíveis, nomeadamente através da regularidade de uma assinatura, ou da compra pontual de jornais generalistas, não têm referentes para se posicionar em relação ao que chega até si através das redes sociais… Como tal, constituem-se como componentes de terreno fértil para a disseminação de conteúdos falsos de manipulação de massas.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">A Democracia está em perigo.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Mas os nossos dois jogadores têm mais em que pensar.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Peão para e4.</p><p class="p2" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><br /></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">– CENÁRIO HIPOTÉTICO 3… de vários possíveis</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Os campos em fundo estão iluminados pela luz do entardecer. O atenuar da luminosidade do meio do dia, faz com que o céu apresente um azul convicto e profundo.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Sobre esse fundo azul, deambulam cinco objectos brancos.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Três deles encontram-se agora estáticos, e os restantes dois efectuam deslocações rectilíneas, interrompidas instantaneamente por paragens e/ou mudanças de direcção que caracterizam, por vezes, ângulos agudos. Estes movimentos não encaixam nas leis da física que a humanidade aplica às teorias em vigor para explicar o vôo tecnológico, e muito menos se coadunam com a ideia do vôo pilotado. As velocidades exibidas são impossíveis, e as manobras… inexplicáveis.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Nenhum dos objectos tem asas, ou quaisquer outras superfícies associáveis ao controlo do vôo. Nenhum deles tem reactores, nem liberta aparentemente gases de exaustão.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">O facto de no dia 16 de Dezembro de 2017 a temática OVNI ter ascendido, de assunto risível, a tema válido, tratado em artigos sérios, por jornalistas de jornais credíveis, é ignorado pelos nossos jogadores de xadrez. As implicações da aceitação desta nova realidade para o futuro, presente e passado da humanidade, são para eles um não-assunto.</p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Cavalo para f6.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p2" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><br /></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">O assunto principal da sua troca de palavras seria, muito provavelmente a jogada que cada um deles se encontraria a executar no momento, e, entre jogadas, como assuntos secundários, existiria um alinhamento de tópicos que poderia passar pelos comentários tecidos nas redes sociais por um conjunto de “influencers”, as novidades resultantes dos episódios recentes dos reality-shows do momento, os resultados dos mais disputados campeonatos de futebol, as deambulações sociais e amorosas dos melhores jogadores de futebol do mundo, os restaurantes mais concorridos do momento… considerações sobre carros, motas e telemóveis.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Dama para h5.<span class="Apple-converted-space"> </span></p><p class="p1" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;">…Xeque ao rei.</p><p></p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-72792365713167359922023-05-29T17:13:00.002+01:002023-05-29T17:14:22.095+01:00[ Alberto Caeiro ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjwItJxLZTsZdtiI6t0JgjgOd0cY9IRVR1mtqdSw6sLyzKEDHeKTHup6qEQLvbY6wKBMN2MrQa37HwYvTjtcXaQBw6qPPnFkANeHV6WbRdGjQU2xQkm4URtLVPsbS-ofPjRFkNOZWMqmuFHd4VYXxFfUgSM8Pu5KOIcRAnmWZf6LuSWl8kO8H292olN" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1575" data-original-width="1575" height="655" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjwItJxLZTsZdtiI6t0JgjgOd0cY9IRVR1mtqdSw6sLyzKEDHeKTHup6qEQLvbY6wKBMN2MrQa37HwYvTjtcXaQBw6qPPnFkANeHV6WbRdGjQU2xQkm4URtLVPsbS-ofPjRFkNOZWMqmuFHd4VYXxFfUgSM8Pu5KOIcRAnmWZf6LuSWl8kO8H292olN=w655-h655" width="655" /></a></div><div style="font-family: Helvetica;"><span style="font-family: Helvetica;"><span style="color: #999999; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=nzDaUrOf7WQ" target="_blank">Post Soudtrack:</a></span></span></div><div style="font-family: Helvetica;"><span style="color: #999999; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=nzDaUrOf7WQ" target="_blank"><span style="font-family: Helvetica;">Chelsea Wolfe _ </span>Flatlands</a></span></div><div><span style="color: #999999; font-family: Helvetica; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=nzDaUrOf7WQ" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=nzDaUrOf7WQ</a></span></div><div style="font-family: Helvetica;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></div><span style="font-family: Helvetica;">"Alberto Caeiro nasceu em Lisboa, em 1889 e morreu em 1915, </span><span style="font-family: Helvetica;">mas viveu quase toda a sua vida no campo, com uma tia-avó idosa, </span><span style="font-family: Helvetica;">porque tinha ficado órfão de pais cedo. Era louro, de</span><div><span style="font-family: Helvetica;">olhos azuis.</span><div><span style="font-family: Helvetica;">Como educação, apenas tinha tirado a instrução primária e não tinha profissão."</span><p class="p1" style="font-family: Helvetica; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p class="p1" style="font-family: Helvetica; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Fernando Pessoa, carta a Adolfo Casais Monteiro, 13 de janeiro de 1935</span></p><p class="p1" style="font-family: Helvetica; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: right;"><br /></p><p></p></div></div>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-1865864035824785622023-05-15T23:50:00.005+01:002023-05-16T12:30:56.331+01:00[ Reflexos de pessoas ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGurZT2GpDp8UfQWWktynrozWoZb1dE_aMMrKd7DZhSoJuDfexh1-l_VGgH2HBSlvyx4Oq-yWu99SfLwMcZLY6LQ_SmnBiAHnd1iukoY3Tkl5eKhblax3F0JhNt4HtQV_aUt0hZ7zd9yo8Ha7WYTrCjZKW7x33AIognty5UQ110F6cLFCrsRhHICGW/s1470/%23RodrigoPrazeresSaias%20Pessoa%20AI.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="990" data-original-width="1470" height="291" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGurZT2GpDp8UfQWWktynrozWoZb1dE_aMMrKd7DZhSoJuDfexh1-l_VGgH2HBSlvyx4Oq-yWu99SfLwMcZLY6LQ_SmnBiAHnd1iukoY3Tkl5eKhblax3F0JhNt4HtQV_aUt0hZ7zd9yo8Ha7WYTrCjZKW7x33AIognty5UQ110F6cLFCrsRhHICGW/w431-h291/%23RodrigoPrazeresSaias%20Pessoa%20AI.jpg" width="431" /></a></div><br /> <p></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Quem via Pessoa, ao contemplar os reflexos da sua fisionomia?</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Que entidade(s) era(m) essa(s) que se lhe apresentava(m) do lado de lá da superfície reflectora?</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Como era grande o potencial revelador dessa superfície… E que estranha magia operava…</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">No ano de 2022 da graça do Senhor, ao contemplarmos algumas das mágicas superfícies a que chamamos ecrãs, outro tipo de magias passou a operar-se. Outro tipo de alquimia se configurou.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">A partir desse ano, passou a ser possível relacionarmo-nos com uma nova entidade intangível chamada “Inteligência artificial”, vulgo AI (Artificial Inteligence).</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Boa parte dessa interacção acontece, desde o final desse ano, por intermédio de uma ferramenta alquimica denominada CHAT GPT4, recurso interactivo disponibilizado pela Microsoft… actualmente a cada vez mais pessoas, de um número crescente de estratos etários, em cada vez mais dispositivos.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">A concorrência não tem critérios diferentes. A Google seguir-lhe-á os passos, orientada claro, pelo objectivo de não ficar para trás na corrida.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Essa corrida e seus objectivos, são por si só legítimos no contexto das sociedades da actualidade.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Contudo, as consequências desse percurso, e principalmente da velocidade a que o mesmo está a ser percorrido, assumem contornos altamente preocupantes.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Em Março deste 2023, foi divulgada a existência de uma petição, assinada por uma lista de estudiosos e promotores desta realidade tecnológica (entre os quais Elon Musk), pedindo a suspensão do desenvolvimento de aplicações que recorram a AI, para permitir a discussão, e posterior regulação legal, dos desenvolvimentos futuros.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Um dos progenitores da AI, de seu nome Geoffrey Hinton, em entrevista datada desse mesmo mês (Março de 2023), afirma-se convicto de que a revolução que a AI vai provocar na vida humana é comparável à revolução industrial, ou à introdução da electricidade nas dinâmicas operativas da nossas sociedades. Por outro lado afirma ser imprevisível o nível de reais consequências dessa revolução.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Na verdade, nem Geoffrey Hinton, nem Elon Musk, nem os optimistas representantes da Microsoft, ou da empresa OPEN AI (criadora do CHAT GPT4), podem prever a verdadeira dimensão do abalo. Seria o mesmo que lançarmo-nos a tentar caracterizar a personalidade adulta de um recém-nascido.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Ela vai desenvolver-se, e evoluir autonomamente, e, só a passagem do tempo revelará as suas características, as quais, ainda assim, permanecerão, no caso AI, em todas as fases da sua evolução, em transformação contínua, devido à infinitude do imparável processo da sua auto-instrução.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Haverá no entanto uma diferença – A AI é desprovida de declínio físico, e a morte só lhe virá por meio de um “apagão eléctrico” generalizado e definitivo.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Num inquérito denominado “The 2022 Expert Survey on Progress in AI”, promovido por Tristan Harris e Max Tegmark, de um universo de 162 investigadores na área, 81 (metade) acreditam que existe um risco na ordem dos 10%, de que a humanidade se extinga por incapacidade de regular a AI e suas implicações.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">A afirmação, de tão chocante, afigura-se inverosímil.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Numa apresentação promovida pelo “Center for Humane Technology”, em Março deste ano, “ intitulada “The A.I. Dilemma”, apresentada pelo referido Tristan Harris, e por Aza Raskin, é sugerida a seguinte analogia em forma de pergunta aos espectadores: “entrariam num avião em relação ao qual 50% dos engenheiros aeronáuticos ligados à sua construção, dissessem haver uma probabilidade de 10% de colapso tecnológico em vôo?”<span class="Apple-converted-space"> </span></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Soa a ridiculamente alarmista… Mas dá que pensar.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">O também já referido Geoffrey Hinton, progenitor da AI, demitiu-se recentemente do seu cargo na Google, para poder denunciar sem conflitos de interesses, os perigos da implantação e desenvolvimento da AI.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Parece que estamos a ler as primeiras páginas de um enredo de ficção científica… a desenrolar-se agora… no nosso dia a dia.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Assim, à primeira vista, face aos desenvolvimentos apresentados por ferramentas como o CHAT GPT4, DALL·E 2, etc. parece haver campo aberto para a instalação de um certo entorpecimento intelectual, advindo do potencial para criação de conteúdos e construções de texto ou imagem, narrativas e conceptuais, disponível nestas ferramentas. A sua aplicabilidade estende-se pela composição de notícias, livros, resumos, críticas, cartas, emails, trabalhos escolares etc. A lista é potencialmente tão longa quanto a das variantes de composição escrita, fotográfica e ilustrada, possível de realizar pela criatividade da nossa espécie.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Assim, à primeira vista, escritores, jornalistas, fotógrafos, artistas visuais, ilustradores, entre tantas outras actividades, verão o seu volume de trabalho reduzido.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Abre-se caminho para um novo tipo de ativismo, promovido e levado a cabo por quem reconhece a perda para a humanidade, advinda desta transformação.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">As alterações no panorama cultural serão enormes. Preparemo-nos.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">A apetência/exigência por, e para, conteúdos gerados por pessoas, tornar-se-á estratificante na sociedade, e esse tipo de conteúdos merecerá carácter distintivo.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Creio que vamos assistir à criação de selos, ou marcas distintivas, atestando o carácter humano da geração de conteúdos. Um pouco como vemos hoje nos selos de “produto biológico certificado” associados visualmente aos produtos agrícolas gerados de forma orgânica.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Será primeiramente do lado dos compradores de conteúdos que haverá margem para ativismo. Actores vitais na estruturação das actividades que recorrem à criatividade (edição, publicação, promoção, etc), serão estes os decisores das modalidades de geração desses conteúdos a contratar.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Haverá também lugar ao posicionamento consciente de uma parte do público sobre esta temática, e como tal, margem também para um grau de exigência relacionado com esta questão, enquanto consumidores finais desses conteúdos..</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Em todas as grandes transições tecnológicas houve defensores acérrimos, bem como críticos ferozes desses processos.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Em relação à AI não será diferente.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">O que parece no entanto preocupar muitas das vozes que actualmente sobre este tema se fazem ouvir, é o ritmo da mudança, e a total imponderabilidade do panorama resultante dessa mesma mudança.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Aceleramos descontroladamente rumo ao alto de uma lomba, sem saber o que nos espera do lado de lá.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Os perigos que facilmente se avistam exigem regulação por instâncias superiores, e a gravidade desses perigos parece obrigar (mais tarde ou mais cedo), à criação dessas regras, desejavelmente a montante da ocorrência de problemas.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Se analisarmos a forma como normalmente os processos reguladores se dão, constatamos que, regra geral, eles são reactivos à ocorrência dos problemas resultantes da novidade.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Neste caso, se assim for, as consequências poderão ser demasiado graves.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">O leque de possibilidades para utilização positiva destas tecnologias é no entanto imenso… e como tal… a mudança é, e deseja-se (depois de preventivamente regulada) imparável.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">A capacidade da AI para análise de dados, e posterior sugestão de desenvolvimentos consequentes, baseada nessa análise, é impressionante, e constitui-se como uma ferramenta impossível de descartar.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">É enorme o leque de actividades que poderão beneficiar das aplicações destas tecnologias. A nível científico, médico, jurídico, empresarial, policial, criativo…</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Contudo, é também evidente que este aumento exponencial das capacidades de geração autónoma, análise e processamento de dados vão originar taxas de desemprego nunca antes vistas.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Da mesma forma que a proliferação de postos de auto check-out em grandes superfícies comerciais (caixas de pagamento self-service), origina a dispensa de um número equivalente de operadores de caixa, também o alastramento das ferramentas de AI originará a dispensa de colaboradores de entidades geradoras de conteúdos, e de processamento ou tratamento de dados.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Nas actividades em que actualmente existe défice de fluidez operativa, este aumento de capacidade das máquinas será muito bem-vindo.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Em muitas outras áreas, o total da diminuição de necessidade de operação humana… será uma calamidade.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Socialmente, os governos enfrentarão a muito curto prazo, enormes desafios. Na primeira linha de preocupações estará a questão da atribuição de rendimento, independentemente da existência de trabalho, ou seja subsídios.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">O número de pessoas para as quais pura e simplesmente não existirá actividade produtiva remunerada disponível, vai crescer, e será necessário financiá-las (para que se sustentem), e ainda, mantê-las activas e ocupadas, estimulando interesses pessoais construtivos e positivos, para que não se percam na loucura do despropósito existencial.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Para tal serão possivelmente necessários mais impostos, eventualmente incidentes sobre a aplicação de tecnologias geradoras de desemprego, e muito, muito… debate político, para aceitar e acomodar tudo isto.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Outro aspecto que é muito focado no debate sobre a AI é o potencial para geração de conteúdo desinformativo.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">A geração de texto e imagem com características que inspiram no leitor legitimidade e credibilidade, vai permitir a criação de “Fake-news” a um ritmo alucinante.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Há já quem tenha proclamado que as eleições americanas de 2024 serão as últimas nas quais o protagonismo será predominantemente humano.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Por outro lado, a gigantesca capacidade de análise de dados das ferramentas de AI, também aparenta ter capacidade para efectuar “fact-checking” a um nível de eficiência muito levante… o que pode equilibrar um pouco os pratos dessa balança.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Como se comportarão as democracias quando sujeitas às ondas deste trerramoto?</span></p><p class="p2" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">A mudança está aí, e continuará a acontecer. A ferramenta de AI da google, denominada “BARD” está em vias de se tornar acessível aos utilizadores, dando assim continuidade aos avanços na área, por via da concorrência.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">A acima referida petição assinada por Musk, e notáveis do universo AI, pede apenas uma pausa no desenvolvimento, para que haja tempo para debater e regular, antes da ocorrência de efeitos indesejados para as sociedades humanas.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">É no entanto pouco provável que o seu pedido seja ouvido.</span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Se Pessoa vivesse tudo isto, interrogo-me sobre que características teriam as entidades que lhe seriam devolvidas pelas superfícies refletoras.</span></p><p class="p2" style="font-family: "Minion Pro"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 12px; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><br /></p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-48871992776395083052023-04-24T16:23:00.002+01:002023-04-24T16:23:18.284+01:00[ Ilustrando livros escolares ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGSNuVm8qIzsRDN_N3U72IJzrYW0dZwiZfBcOihA0OP1_mPjiPIt1M2HMel6kVcbBF5axSxQjwAPQwslSTT7OiS2KrXRmxCgOSuxPeg6t0DiIWyt0mvMkkceK8Kpqny9Uk4tyB6mCyrOCgL6UIO6idKEZvUBwbidwnrng-b_Dv3M1qQ-F3lxEelODM/s1575/Sr%20Pessoa%202.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1575" data-original-width="1575" height="435" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGSNuVm8qIzsRDN_N3U72IJzrYW0dZwiZfBcOihA0OP1_mPjiPIt1M2HMel6kVcbBF5axSxQjwAPQwslSTT7OiS2KrXRmxCgOSuxPeg6t0DiIWyt0mvMkkceK8Kpqny9Uk4tyB6mCyrOCgL6UIO6idKEZvUBwbidwnrng-b_Dv3M1qQ-F3lxEelODM/w435-h435/Sr%20Pessoa%202.jpg" width="435" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Eis-me, assumo, nas minhas sete quintas…</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">De volta aos livros escolares, preenchendo espaços em branco, os quais, para os meus bonecos foram assim deixados, cabendo-me depois a mim a saborosa tarefa da concepção de tortuosas/deliciosas posturas e enquadramentos, que melhor preencham esses recantos do layout.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Desde que fui para a escola que sou ilustrador de livros escolares. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Iniciei essa actividade clandestinamente, trabalhando em segredo, com as minhas canetas bic azuis, durante as aulas das disciplinas cujos manuais eu ilustrava.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Na verdade co-ilustrava, na medida em que, furtivamente, adicionava as minhas ilustrações às dos autores que haviam, esses sim legitimamente, colocado os seus bonecos naquelas páginas… antes de mim.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">O desvio da minha atenção para essas tarefas, durante aquelas preciosas horas de aula, valeu-me muito baixas notas a algumas disciplinas importantes. A prática e destreza por mim adquiridas no decorrer dessas horas de ilustração, vieram depois a valer-me muito boa nota na prova específica de desenho, na admissão à então Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, garantindo-me assim o acesso a cinco belíssimos anos da minha vida…</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Dou então essas horas por bem empregues, e sinto que então imperou… a lei do equilíbrio… </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br /></div><br /> <p></p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-78235321753633468732023-02-20T11:18:00.006+00:002023-02-24T14:48:47.451+00:00[ Por antítese ]<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgouvRmhe3Fyp0Ur4wA-TPQW45Ex0dxQ6bquSRZZQQhooxng40SNeMZbjzcrPrbTydlNJTgWXMsnhStp0ian7IypxmMZU5rSxrkT-zcRzd_ndvb-XnCTQfMYGCcB_ooLHYfoQnS5LcqxQgJlSJB4qLAWd3nRoIYBTsOgdFekcDhm0r3ARAiNVtylolt/s1632/Rodrigo%20Prazeres%20Saias%20%23RodrigoSaias.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1224" data-original-width="1632" height="341" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgouvRmhe3Fyp0Ur4wA-TPQW45Ex0dxQ6bquSRZZQQhooxng40SNeMZbjzcrPrbTydlNJTgWXMsnhStp0ian7IypxmMZU5rSxrkT-zcRzd_ndvb-XnCTQfMYGCcB_ooLHYfoQnS5LcqxQgJlSJB4qLAWd3nRoIYBTsOgdFekcDhm0r3ARAiNVtylolt/w454-h341/Rodrigo%20Prazeres%20Saias%20%23RodrigoSaias.jpg" width="454" /></a></div><br /><p></p><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;"><span style="color: #999999; font-family: arial; font-size: x-small;">POST SOUNDTRACK</span></div><div style="text-size-adjust: auto;"><span style="color: #999999; font-family: arial; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=OO0iJTfYn5A" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=OO0iJTfYn5A</a></span></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;"><br class="Apple-interchange-newline" />POR ANTÍTESE<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">O meu estirador não está assim, imaculado…<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">actualmente eu não ilustro assim… de braços semi-nus…<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">…nem os restantes planos de trabalho do meu atelier estão assim… desimpedidos e libertos… muito pelo contrário.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">… e muito menos o ecrã do meu computador… está embebido desta harmonia…<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Lá fora não está calor… e, dependendo dos dias, mas predominantemente… não há céu azul sobre as ruas da minha localidade.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">–<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Tenho então saudades do calor que permite a t-shirt como farda de trabalho. Mas mais ainda… da arrumação e limpeza do meu espaço de trabalho… desta limpeza inspiradora do meu estirador…<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Aí, sobre o meu estirador, acumulam-se agora camadas sobrepostas e desalinhadas de folhas A3 e A4 rabiscadas… Todas têm pelo menos um gatafunho.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Algumas são toscamente rasgadas, e depois desajeitadamente coladas com pensos de fita-cola transparente. Com esta operação consigo curar feridas de esboços que estavam doentes, através de construções <i>frankensteinianas</i> de novas realidades representativas, mais harmoniosas do que as originais. Essas compressas de fita gomada curam os bonecos defeituosos… Esta mão fica melhor assim… aquele rosto fica melhor assado… Esta perna estava muito grande… Aquela cara fica melhor para o lado… (rima intencional).<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Quando tenho empreitadas ilustrativas volumosas, o meu espaço de trabalho vira uma caótica fornalha de combustão de papel. São florestas de eucalipto comprimidas numa só divisão… A do meu atelier.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">–<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Alguns dos meus parceiros no trabalho que actualmente desenvolvo são nomes distintos e reconhecidos no panorama literário nacional…<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Alguns não são colegas novos… apresentam-se-me como repetentes.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Alguns, nada menos que velhos conhecidos de colaborações anteriores, por vezes, com vários anos.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">É o caso do Senhor Pessoa. Já trabalhámos juntos para outras publicações. Quando nos reencontramos para um novo trabalho… é já uma festa. </div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">O Senhor Pessoa é, como todos sabemos, uma casa cheia!<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">… José Saramago, Ana Luísa Amaral, Eugénio de Andrade, assinam textos que eu, actualmente ilustro.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Tudo acontece de modo muito natural.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Estes meus parceiros de edição escrevem os textos. Eu… leio-os, releio-os, digiro-os… e posteriormente, as ideias que me assaltam são debatidas com cada um dos escritores, à vez. Normalmente organizamos encontros fora do horário de expediente, e, em locais descontraídos.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">São autênticos retiros espirituais… Os nossos espíritos encontram-se e conversam.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Esse é o meu segredo. É assim que obtenho, em primeira mão, informações importantes que não constam das fotografias existentes, nem dos relatos escritos com caráter biográfico.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Sei então segredos destas figuras, e uso esses segredos para a construção da realidade das minhas ilustrações… expondo assim as suas revelações… sem pudor.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Por exemplo… Conheço as emoções vividas por um destes colegas de edição, ao deparar com a sala da casa de família, outrora cheia dos corpos activos, ruidosos e animados dos seus entes-queridos, e agora, vazia/esvaída de toda e qualquer presença viva que não a do seu próprio eu… . Foi-me relatada a forma como um mar de lágrimas foi abafado com o seu antebraço, perante o choque sentido ao transpor a porta dessa divisão da casa.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Que fiz eu com esse desabafo? Transformei imediatamente a partilha privada dessas emoções, em ilustrações com circulação na esfera pública… assim… sem pudor.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">–<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Envolto o meu torso em casacos polares sintéticos… enroladas as minhas pernas em mantas serranas quentes… desbravo caminho por entre pilhas de esboços, à procura da melhor perspectiva, do melhor ângulo.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">Comparo pares de folhas com representações de composições antagónicas… e escolho então a partir daí… </div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;">… POR ANTÍTESE.<br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;"><br /></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgyqDQfcB7TLxOijE0nGD2eMKa-TxHtPtd7N6vuUjuSTBBzIVSKZI5QFrEPiyjQBRMd8FA7vtb3yicwXfSiN4zbDEmSZGS4v8Kju7f1jCEm4J9NTuY0Lmi7XNGCUlQDeXm67Sd2TNXkhwHfQYJ5LpK2etuzcVux6Jy8gxcTxD8hZLhxbKZz13iRyI6k" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="2635" data-original-width="2269" height="484" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgyqDQfcB7TLxOijE0nGD2eMKa-TxHtPtd7N6vuUjuSTBBzIVSKZI5QFrEPiyjQBRMd8FA7vtb3yicwXfSiN4zbDEmSZGS4v8Kju7f1jCEm4J9NTuY0Lmi7XNGCUlQDeXm67Sd2TNXkhwHfQYJ5LpK2etuzcVux6Jy8gxcTxD8hZLhxbKZz13iRyI6k=w418-h484" width="418" /></a></div><br /><br /></div><br /><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0); text-size-adjust: auto;"><br /></div>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-26835027888112557302023-01-06T23:49:00.006+00:002023-01-11T00:19:44.232+00:00[ Egoísta MARIA ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgaNWrDA8Yhf1Jt5pqSL0SiGjNHunc3oJI4vAsadJ1HiHQ0dVDwWL9tzFjkwuXfntd5U8KPTQbz_CkLuS77sXsdSAN0wC2A9Fr7zM9dz0H4obT4_vPypyGC4JKjZ5lscsn6SzlXuKzcAOwEiY5PeHUWMYdfPBmIOtFP1AERPP7pVtpGRRryqhv_-fvI" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1001" data-original-width="1575" height="271" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgaNWrDA8Yhf1Jt5pqSL0SiGjNHunc3oJI4vAsadJ1HiHQ0dVDwWL9tzFjkwuXfntd5U8KPTQbz_CkLuS77sXsdSAN0wC2A9Fr7zM9dz0H4obT4_vPypyGC4JKjZ5lscsn6SzlXuKzcAOwEiY5PeHUWMYdfPBmIOtFP1AERPP7pVtpGRRryqhv_-fvI=w427-h271" width="427" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #999999; font-family: arial; font-size: x-small;">(click na ilustração para ampliar )</span></div></div><p></p><div>O tema da última edição de 2022 da Revista Egoísta é, "Maria".<br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div style="text-align: start;">O facto de este ser o tema da edição cuja publicação acontece na época de natal não é coincidência, mas, a editora, Patrícia Reis, definiu uma abrangência interpretativa muito ampla, e, no generoso convite que me dirigiu, deixou bem claro que a exploração dos domínios dessa amplitude seria muito bem vinda.<br /></div><div style="text-align: start;">Assim fiz…<br /></div><div style="text-align: start;">Ainda enquanto falávamos, já a minha mente vagueava (embora ainda sem formas definidas), pelas franjas da fronteira exterior do universo representativo possível.<br /></div><div style="text-align: start;">*<br /></div><div style="text-align: start;">No meu modesto entendimento…<br /></div><div style="text-align: start;">A ideia de que Deus é uma entidade masculina está errada.<br /></div><div style="text-align: start;">A ideia de que Deus é uma entidade feminina não está certa.<br /></div><div style="text-align: start;">A ideia de que a masculinidade e a feminilidade têm muros largos e intransponíveis a delimitá-las é um conceito bafiento do passado, e tem os dias contados.<br /></div><div style="text-align: start;">O futuro da evolução da consciência compreende tudo isso, e estará verdadeiramente focado na qualidade moral dos sentimentos e atitudes, mais do que na conformidade de comportamentos com os desígnios físicos da fórmula reprodutiva primordial. Macho e fêmea unidos para a multiplicação.<br /></div><div style="text-align: start;">Esse foco na qualidade moral de sentimentos e acções, advém da aproximação da existência humana à realidade espiritual… além-véu.<br /></div><div style="text-align: start;">Trata-se do tal caminho percorrido pelo homem-macaco, da escuridão da caverna para a luz, por trilhos de aperfeiçoamento espiritual. Esse caminho tem duração multi-milenar, e a evolução é trans-geracional, estando repleta de avanços e recuos, pausas e recomeços. Idealmente, em potência, esse caminho permitir-lhe-á ambicionar à existência desmaterializada, em harmonia com o resto da criação, sem género, nem espécie, nem raça, nem forma, nem tempo. Todas as pequenas centelhas constituindo a grande luz.<br /></div><div style="text-align: start;">*</div><div style="text-align: start;">No gnósticismo, Barbelo surge da emanação do pensamento de Deus.<br /></div><div style="text-align: start;">É de Barbelo que tudo nasce.<br /></div><div style="text-align: start;">Barbelo é uma entidade feminina.<br /></div><div style="text-align: start;">Ela é Barbelo. Nos textos gnósticos aparece referida como <i>Metropator</i>, ou seja, Mãe e Pai (do grego), em simultâneo.<br /></div><div style="text-align: start;">É um conceito difícil de assimilar, para quem, como nós, luta com a evolução física do corpo, no seu deslizar suave ao longo da linha em parábola invertida, fazendo o dia a dia a correr para o autocarro, com a roupa molhada, à chuva, diminuindo contas mentais para pagar gás, electricidade, casa, e, comida para alimentar a próxima geração…<br /></div><div style="text-align: start;">Torna-se um pouco mais fácil de assimilar, se tentarmos focar-nos na existência espiritual, a qual é na sua essência livre das limitações da matéria, da idade, ou do género, e, está apenas temporariamente pousada, sob o rosto velho do corpo velho e adormecido que, no lugar ao lado do nosso, no tal autocarro, cede ao cansaço, no embalo de mais uma viagem para casa. Aquele corpo velho é o de uma criança. Aquele corpo de homem é também, em espírito, mulher. Podíamos ser nós. Podia ser de alguém da nossa família de luz.<br /></div><div style="text-align: start;">*</div><div style="text-align: start;">A minha ilustração não é sobre Deus, não é sobre Ela… Barbelo… não é sobre homens nem mulheres, machos ou fêmeas, nem sobre a espécie do homem-macaco, nem sobre os espíritos de luz… é sobre… "Maria".<br /></div><br /></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzMierLhqJdqgkOOXvOxS8g8pIjwxn2ji_-_BClvKOB1TTdoJKA4EmsUWjiU3xankF550ILhrBnNVPWrvqpLQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><span style="font-family: "Minion Pro";">Por algum estranho desígnio, ando já há algum tempo adepto de criar também a música para as minhas animações… Estou especialmente satisfeito com o resultado desta. É bom sentir que, à semelhança do que sucede com alguns desenhos, sou apenas veículo… em vez de autor. Aqui, foi esse o caso.</span>
<p style="font-family: "Minion Pro"; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">… muito, muito grato… a Maria.</p><p></p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-72146615979468552582022-12-30T23:59:00.001+00:002022-12-30T23:59:24.510+00:00Boas Festas 22/23<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjpqe0dpeIXfDB_4q8wJfSBENE3eF9jOMJTdKrMiv9x0EZ1b3ydFluVz8S2Os9aGITrqiiHWm1Zx_wHZZNeub84onTNq2QrohnOjZwAc6Fi-o323045cW1aHbmklZeo7HFfJhCKgM9GgrVG02nvI8YLFvvPWMV8jKgwnZMTHjFT1GHvyuxbXdauLGDu" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img data-original-height="800" data-original-width="800" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjpqe0dpeIXfDB_4q8wJfSBENE3eF9jOMJTdKrMiv9x0EZ1b3ydFluVz8S2Os9aGITrqiiHWm1Zx_wHZZNeub84onTNq2QrohnOjZwAc6Fi-o323045cW1aHbmklZeo7HFfJhCKgM9GgrVG02nvI8YLFvvPWMV8jKgwnZMTHjFT1GHvyuxbXdauLGDu=w400-h400" width="400" /></a></div><br /> A mudança de ano é forçosamente tempo de balanço.<p></p><p>A bordo deste planeta pintou-se a manta, em vários aspectos, ao longo destes últimos doze meses.</p><p>Alguns tópicos, previamente requerentes de atenção urgente, no que diz respeito a impedir que esta barca (arca) se afunde, continuaram a ser ignorados, ou foram até integralmente esquecidos.</p><p>Se o panorama pandémico da COVID 19 nos parece agora já mais leve, e de certo modo distante, e o nosso dia-a-dia é hoje mais suportável, afigura-se-me também como já evidente, que, a esperança de que, do mundo isolado em casa renascessem sociedades mais solidárias, e a humanidade subisse três degraus de uma só vez, era algo sem fundamento sólido.</p><p>… Não, não ficou tudo bem… Longe disso.</p><p>A tão falada oportunidade de um novo começo não foi aproveitada, e em vários aspectos estamos hoje mais próximos de um epílogo.</p><p>As barbaridades das guerras, das quais nós, homem-macaco, somos tão adeptos, e das quais o fundo auge está ainda tão presente (através do testemunho vivo de alguns poucos sobreviventes da II GM), estão de volta ao mundo civilizado. São algo recorrente no nosso percurso civilizacional, e com elas, alguns de nós resolvem desde as querelas de trânsito às grandes discordâncias político-estratégicas… </p><p>Alguém não estudou a história como devia… Alguém tem pedras no lugar de alguns órgãos vitais (coração)… e não é só na Rússia.</p><p>Os encontrões da, e à, China, sobre Taiwan e Hong Kong, e sobre o domínio nos mares do Sul, resultam em perigosas medições de forças que tão facilmente podem acabar mal. </p><p>As infindáveis vagas de imigração precária, frequentemente viagens pagas para a morte, feitas nas condições de conhecimento geral, continuam a encher campos de miséria… O que é feito de Lesbos, e porque desapareceu dos telejornais?</p><p>Mas nem tudo foi mau. O extremismo de direita levou um chuto com a queda de Bolsonaro, e o pesadelo Trumpista está agora bem mais longe da possibilidade de regresso ao cargo político mais importante do mundo, embora por motivos muito mais devidos à sua própria brutalidade mental do que propriamente à lucidez eleitoral do povo americano.</p><p>No último trimestre do ano, o precioso activismo climático mostrou-nos sinais de vitalidade, embora revestido de um radicalismo sócio-cultural que importa analisar… individual, social e politicamente, na medida em que traduz o desespero de gerações cujas legítimas aspirações a um futuro digno e sustentável se encontram seriamente ameaçadas de frustração. Para todos nós o tempo é curto. Para os mais novos de nós, os seus filhos poderão não ter barca (arca) para navegar. O objectivo de um 1,5° C já foi abandonado, e a lista de "perdas" que isso implica é já assustadora.</p><p>Os fenómenos extremos sucedem-se mundo fora… em catadupa… Mas raios, este foi ano de mundial… quem é que quer saber do resto?…</p><p>Por cá, as assinaturas digitais de alguns jornais credíveis aumentaram. Mais informação, significa directamente mais qualidade nos votos. Há margem para a esperança.</p><p>Mas este… é só um blog de ilustração.</p><p>Vou voltar à pintura dos pinóquios.</p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-32244633924364238212022-09-27T15:20:00.010+01:002022-10-06T23:27:33.811+01:00[ Leguminarium ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRAgerUnRDYTIRNmoHfZWilX3S5Q2--O-GKA8f-iOwBFoYJLq9M8k3sOAHInSVKBZGEk0kxl_UIGIu1EyHPkVJ4ybCVWM5eixN7r5oS_DuUc4yl1DEH1h3L8wTCETdR-bsKXz6NWh2QKID-HuafuljyE2e0g2uvkLDmJtf6xGDaaotE46d13k0CztS/s1181/Cenoura.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1181" data-original-width="1181" height="527" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRAgerUnRDYTIRNmoHfZWilX3S5Q2--O-GKA8f-iOwBFoYJLq9M8k3sOAHInSVKBZGEk0kxl_UIGIu1EyHPkVJ4ybCVWM5eixN7r5oS_DuUc4yl1DEH1h3L8wTCETdR-bsKXz6NWh2QKID-HuafuljyE2e0g2uvkLDmJtf6xGDaaotE46d13k0CztS/w527-h527/Cenoura.jpg" width="527" /></a></div><div><br /></div><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=VPd-MSr19qI" target="_blank">POST SOUNDTRACK</a></span><div><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=VPd-MSr19qI" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=VPd-MSr19qI</a></span><br /><span face="sans-serif"><br /></span><p></p><p><span face="sans-serif">O florescimento da perspectiva artística do meu percurso de desenho, foi adubado pela professora/pintora Luísa Arruda, durante a minha frequência do primeiro ano em Belas Artes. </span></p><p><span face="sans-serif">No decurso daquelas aulas, na galeria abóbadada, iluminada pela luz que entrava lateralmente através das grandes janelas do antigo Convento de São Francisco, a minha visão do que o Desenho podia ser, mudou. </span></p><p><span face="sans-serif">Mas essa mudança era esperada, desejável, e, própria da transição do ensino secundário para o ensino superior artístico. Para essa mudança</span> muito contribuiu também a enorme torrente de estímulos, proveniente de professores, programas, experiências, e, colegas.</p><p><span face="sans-serif">O contacto diário com o trabalho de enorme qualidade, produzido por alguns dos meus colegas de então, constituía de facto, só por si, um estímulo intenso. O acompanhamento da evolução de tantos trabalhos diferentes, nas várias vertentes de formação, era verdadeiramente causador de ampliação de horizontes.</span></p><p><span face="sans-serif">Perante um determinado enunciado, a nossa perspectiva pessoal era direccionada para o desenvolvimento, e posterior defesa convicta, de um determinado percurso/solução. Nos dias em que decorriam as avaliações, essa perspectiva, que até aí nos parecera algo única, ou pelo menos a melhor das que havíamos equacionado, era então alinhada lado a lado, com várias dezenas de outras soluções, muitas das quais, com melhores respostas para os problemas com que nos havíamos deparado na realização dos trabalhos.</span></p><p><span face="sans-serif">Voltando às aulas da galeria que ladeava o grande pátio interior do antigo convento…</span></p><p><span face="sans-serif">Aí se materializavam no cavalete à minha frente ancorado, os dinâmicos e tortuosos exercícios da criatividade, </span>arquitectados pela minha mente, ao longo dos processos digestivos de tantas e tantas ideias.</p><p>O programa de DESENHO I, desenvolvia-se, com a orientação da nossa fantástica professora, em torno da escolha livre de referentes, sobre os quais iria o aluno trabalhando, durante períodos de tempo de alguns meses.</p><p>Nas deambulações e pesquisas por um objecto propiciador da construção de desenhos interessantes, foi então a minha atenção cativada pelas formas orgânicas encontradas nas visitas frequentes ao antigo mercado da ribeira. Por entre a aquisição de sacadas de frutos para consumo na hora, o meu olhar foi cativado pela beleza orgânica de longos ossos descarnados, abandonados na zona dos talhos, em alguidares displicentemente pousados no chão. A minha vontade de aquisição desses "referentes" suscitou surpresa nos talhantes.</p><p>Essa série de desenhos, veio a originar os mais gratificantes e motivadores comentários, alguma vez por mim recebidos numa avaliação escolar. Um desses desenhos, o qual considero o nr 1 do meu percurso relevante, encontra-se hoje à entrada de nossa casa, recebendo todos aqueles a quem abrimos a porta. Valeu-me um… "Isto é um bom desenho em qualquer parte do mundo…" – ganhei o dia, a semana e o mês, ao ser o destinatário dessa frase.</p><p>Esta linha conceptual originou também os meus desenhos em grande formato, de crânios e mandíbulas de borrego, desenhados com sangue, e, num outro momento, algumas representações de belíssimas couves portuguesas, estando eu clara e justificadamente fascinado com o seu intrincado jogo de folhas e nervuras, cujas representações ainda hoje me orgulham bastante. Um desses desenhos recebeu um prémio numa das edições da CRIATIVIARTE, concurso de artes plásticas de <i>Montemor.O.Novo</i>, com edições anuais.</p><p>É então a esse universo, o dos referentes orgânicos vegetais, que o meu trajecto me traz de volta. Alguns anos se passaram desde essas primeiras abordagens, e os vários caminhos seguidos desde então, moldam hoje as características formais desta nova colecção.</p><p>As imagens presentes neste <i>post</i> documentam o arranque desta nova série de trabalhos, nos quais me declaro rendido à beleza orgânica de nabos e cenouras com rama (os primeiros dois referentes da colecção), cujas dinâmicas formais e cromáticas me inspiram, ao longo de processos influenciados também pelas variáveis pictóricas do universo da ilustração. Os trabalhos são reproduzidos em mini-séries de 15 unidades, impressas no belíssimo papel texturado <i>Fineart Printing</i> <i>Paper </i>da <i>Hahnemühle,</i> assinadas e numeradas manualmente.</p><p>Ao ritmo de uma horta serena irá esta colecção crescendo…</p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJkO7Bc-HkVSc2253jN2QMuz-9_J3fphTKBVklg4Qml0JVVDyR2OmyqvAA25PC0DhMkmL_1b4fwmQA2_gA3u1emjrdYGr3Zdn-dfWYiYf2WlX6Wfgn30gBhiQz0RFu4I-IgHAl1Xr63IIS2ZTorwfPUoPCX8DunTwrUA-5E3asrMS3cVPeJlY5k2aX/s1181/nabo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1181" data-original-width="1181" height="525" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJkO7Bc-HkVSc2253jN2QMuz-9_J3fphTKBVklg4Qml0JVVDyR2OmyqvAA25PC0DhMkmL_1b4fwmQA2_gA3u1emjrdYGr3Zdn-dfWYiYf2WlX6Wfgn30gBhiQz0RFu4I-IgHAl1Xr63IIS2ZTorwfPUoPCX8DunTwrUA-5E3asrMS3cVPeJlY5k2aX/w525-h525/nabo.jpg" width="525" /></a></div><br /><p><br /></p></div>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-69749177680462065272022-08-15T12:15:00.001+01:002022-08-15T12:22:37.700+01:00[ Lincoln ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiW-zPrn5oHDrpPp6aZTiqpxAy8xOJavNSKxoC8K9mvM_QzBmomquzvJ-jIHGZEwrnJeCb9_IkWKWpzDCk3iP1MaujMSe6r7GqvbTpdrWzvWyz0vvNsRpO5toxoYgo9O0xYxR4EBYL6FhnUnkmF6YeFC7MtY6wmu4_7NnujQW5BdKzHpgDEvmL3ZKqd" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="2360" data-original-width="2360" height="388" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiW-zPrn5oHDrpPp6aZTiqpxAy8xOJavNSKxoC8K9mvM_QzBmomquzvJ-jIHGZEwrnJeCb9_IkWKWpzDCk3iP1MaujMSe6r7GqvbTpdrWzvWyz0vvNsRpO5toxoYgo9O0xYxR4EBYL6FhnUnkmF6YeFC7MtY6wmu4_7NnujQW5BdKzHpgDEvmL3ZKqd=w388-h388" width="388" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">A morte de um ser humano excepcional não provoca sequer o silêncio dos pássaros, nem o fim do rumorejar das folhas na copa das árvores… O extermínio de 6 milhões de seres humanos não altera a brisa, o vento, o fluir das águas nos rios, ou a cadência suave das ondas do mar.</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;">Esta espécie pode desaparecer, e o universo físico nem sequer pestanejará.</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: left;"><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=2zK2Wf4Cblc" target="_blank">POST SOUNDTRACK:</a></span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: left;"><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=2zK2Wf4Cblc" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=2zK2Wf4Cblc</a></span></p></div></div>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-7692780954207956142022-08-05T20:11:00.005+01:002022-08-05T20:11:59.494+01:00[ Românico ao romper da aurora ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4JXFZ6kOByRYUmkh0Kpuvl_k343MuMfQj1CtZ0DvdE6slcu1TyZDEhMEJ4P2sQsCYDF9t6loIKOtsdh78g3mxqFH_5zlcOVs1TmLW7x9z2FnSvm4TV6aNPQQAGqsgZlDzpE4TLtdF9b3t2akC4JQxIJZIV0FZd6IcHyMUSjYz28wC3MFxuSag5820/s877/%23RodrigoPrazeresSaias%20Igreja.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="877" data-original-width="613" height="674" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4JXFZ6kOByRYUmkh0Kpuvl_k343MuMfQj1CtZ0DvdE6slcu1TyZDEhMEJ4P2sQsCYDF9t6loIKOtsdh78g3mxqFH_5zlcOVs1TmLW7x9z2FnSvm4TV6aNPQQAGqsgZlDzpE4TLtdF9b3t2akC4JQxIJZIV0FZd6IcHyMUSjYz28wC3MFxuSag5820/w472-h674/%23RodrigoPrazeresSaias%20Igreja.jpg" width="472" /></a></div><br /><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=ON-j7xjUfNQ" target="_blank">POST SOUNDTRACK:</a></span><p></p><p><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=ON-j7xjUfNQ" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=ON-j7xjUfNQ</a> </span></p><p><br /></p><p>Esta é uma das minhas ilustrações preferidas do Marca a Página 11, da Porto Editora.</p><p>A perspectiva do ângulo de representação que escolhi para o enquadramento é obviamente um dos motivos desta preferência.</p><p>Mas, também decisivo para tal, é o contexto narrativo a que a ilustração se destina. Nesta parte da acção, Simão Botelho encontra-se a contemplar o romper da aurora, sentado nos degraus do patamar da igreja. À sua frente, o calor cromático da luz solar começa a conquistar a frieza azulada do fim da madrugada, que o nascer do dia vai deixando para trás.</p><p>No corpo da personagem, a luz amarelada dos primeiros raios de sol vai anulando os azuis acinzentados que até então o envolviam.</p><p>Por detrás desta figura, em jeito de moldura, vê-se um pouco da pesada fachada de granito, da igreja. O arco da entrada, de volta perfeita, cria na sua profundidade, uma zona de sombra que faz a transição da luz exterior para a obscuridade contemplativa do interior. A rosácea por cima da entrada, será a principal fonte da ainda assim reduzida luz da nave central. </p><p>Traços claros de Românico…</p><p>No curriculum programático dos então cinco anos do meu curso de Belas Artes, o primeiro nível da cadeira de Fotografia (Fotografia I), era de frequência obrigatória. Fi-lo com muito entusiasmo. Nesse ano, como em qualquer primeiro nível de uma disciplina técnica, numa primeira fase, os alunos são levados em viagem aos primórdios das práticas da área em causa, para conhecer e interiorizar os princípios orientadores da técnica, permitindo posteriormente aspirar a dominar as variáveis que condicionam o desempenho operativo. Esse percurso levou-nos, a nós alunos, a captar prolificamente imagens, através de um sistema denominado "caixa com furo de agulha". Este método converte qualquer vulgar caixa de sapatos, num mágico sistema de captura de fragmentos da realidade. </p><p>O valor do diâmetro do furo de agulha (a rosácea), cozinhado com a intensidade da luz no local, medida por fotómetro manual, em articulação com o tempo de exposição e a distância focal (tempo pelo qual a luz atravessa a nave central), projectam na parede de fundo da caixa (a do altar), devidamente pré-forrada a papel fotográfico (virgem), o instantâneo invertido do tal fragmento de realidade.</p><p>A Faculdade de Belas Artes de Lisboa, ocupa parcialmente o Convento de São Francisco, na zona histórica da cidade. As características arquitectónicas deste edifício proporcionam enquadramentos cénicos incríveis, e assim, muitas das minhas "fotos" de "caixa de furo de agulha", resultam em registos fantásticos de recantos conventuais, traduzidos na linguagem granulosa, de um preto e branco pouco focado, característica da técnica "de furo de agulha".</p><p>O resultado formal destas experiências afigurou-se-me fascinante.</p><p>A frequência de Fotografia II já era opcional. O programa desse segundo degrau formativo pressupunha o desenvolvimento anual de um tema auto-proposto. Perfeito…</p><p>Sendo uma cadeira externa ao currículo obrigatório do curso, a não obrigatoriedade de aprovação no final do ano, permitir-me-ia desenvolver o percurso do patamar II, ao ritmo a que me fosse possível, sem a pressão da necessidade de obtenção de nota.</p><p>Vi aí a oportunidade para dar largas a este tal fascínio recém-descoberto.</p><p>A escolha do tema que me proporia trabalhar, foi bastante evidente, embora assumidamente muito pouco sintética: "Estruturas e espaços de inspiração religiosa e sua relação com a luz". Muitas palavras para caracterizar a abrangência de um tema ainda mais extenso que o título, tanto em etapas, como em caminhos a percorrer. </p><p>Mas eu tinha tempo…</p><p>O meu plano passava por registar e digerir esta estranha e volúvel relação entre devoção, e, maior ou menor isolamento lumínico.</p><p>A obscuridade, própria de muitas das estruturas de motivação religiosa, pontualmente interrompida por farpas de luz provenientes de aberturas ou interrupções dos planos sensorialmente limitadores, prometia registos fotográficos belos e misteriosos. Por outro lado, a torrente de luz colhida pelos enormes e numerosos vitrais das grandes catedrais do gótico tardio, ou até mesmo o céu aberto das capelas im"perfeitas" do mosteiro da Batalha, era também algo que me fascinava.</p><p>O meu alinhamento de trabalho incluía então, desde monumentos megalíticos até igrejas góticas, tendo pelo meio, muito, mas muito… românico. Na verdade seria esse o meu principal campo de recolha.</p><p>Iniciei os registos com fotografias na Sé de Lisboa, já bem minha conhecida, e em algumas igrejas espalhadas pontualmente por paisagens alentejanas. </p><p>Conjugando este trabalho com um outro para a cadeira de História da Arte, planeei com três amigos uma pernoita no interior de uma anta (megalitismo do Neolítico), de forma a constatar e registar fotograficamente o alinhamento do corredor de entrada dessa estrutura, com a direcção dos primeiros raios de sol da aurora do solstício de inverno. Infelizmente, nessa madrugada de dezembro, o nascer do sol foi totalmente ocultado por uma densa camada de nuvens, que impossibilitou o sucesso no objectivo comum a ambos os trabalhos.</p><p>O leque de pontos a fotografar ia obviamente crescendo à medida que as minhas pesquisas e conversas sobre o tema iam avançando, e, a tarefa a que me havia proposto, rapidamente se revelou incompatível com a realização do trabalho em apenas um ano lectivo. No ano escolar seguinte inscrevi-me então, novamente, em Fotografia II, para dar continuidade ao dito trabalho.</p><p>Numa ida a uma feira de livros em saldo, a minha escolha recaiu, para espanto de alguns amigos, sobre um pesado tijolo de papel, resultante de um levantamento exaustivo e cinzento, do "Românico em Portugal", paginado de forma monótona, com manchas de texto cansativas e fotografias monocromáticas de impressão manhosa. Foi esse o livro que eu escolhi comprar…</p><p>Mas o auge programado do meu trabalho passaria por uma viagem fotográfica em modo de passeio a pé e pernoitas ao relento, até à incrível capela românica de S. Pedro das Águias, situada numa zona de escarpas rochosas, perto de Viseu. Esta pequena igreja de nave única, e cuja porta de entrada dista aproximadamente 1,5 metros da parede da encosta escarpada que se ergue a partir desse patamar, possui uma iluminação interior mínima, veiculada por pequenas frestas nas paredes laterais. </p><p>Românico puro…</p><p>Esta viagem não aconteceu no entanto nesse ano… nem no seguinte… nem em nenhum dos que se lhes seguiram… e a dimensão do trabalho a que me havia proposta, tornou-se incompatível com as outras vertentes que na minha vida reclamavam, essas sim, estatuto de… frequência obrigatória.</p><p>O desenvolvimento e conclusão do trabalho ter-se-ão esfumado no tempo, ou, mais precisamente, na falta dele… demonstrando uma brevidade que o românico, com as suas pesadas paredes de pedra, desconhece.</p><p>Como referi, Fotografia II não era de frequência obrigatória, e assim, o que perdi foram alguns belos passeios que ficaram por fazer, mas… o românico resiste bem à passagem do tempo, e S. Pedro das Águias lá continuará, de costas viradas a nascente. A base do lado exterior dessa parede é composta por dois degraus… poiso perfeito para contemplar a vitória da luz do amanhecer sobre a obscuridade azulada da madrugada no vale.</p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-28055863593166191762022-07-22T15:57:00.000+01:002022-07-22T15:57:22.083+01:00[ Antero de Quental #2 ]<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJCcVPPnieLsAwyjbk_BNXu5gvBTgF39yflti98H4eNLtlk-_IOa7uWHCmdPdf01rLOB_nBqy9uf3wendlOVl3MXe32SZmAtgV2uN1Msxlr3q7qd5c_BphK4TckxUvaEX0yQ5XQvhE8M2XYYB4CDZnte1-649LfxzhXvAG9ExZ9yTnF1D4pEdmZTOe/s996/%23RodrigoPrazeresSaias%20Antero%202.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="992" data-original-width="996" height="439" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJCcVPPnieLsAwyjbk_BNXu5gvBTgF39yflti98H4eNLtlk-_IOa7uWHCmdPdf01rLOB_nBqy9uf3wendlOVl3MXe32SZmAtgV2uN1Msxlr3q7qd5c_BphK4TckxUvaEX0yQ5XQvhE8M2XYYB4CDZnte1-649LfxzhXvAG9ExZ9yTnF1D4pEdmZTOe/w440-h439/%23RodrigoPrazeresSaias%20Antero%202.jpg" width="440" /></a></div><br /><p></p><p><br /></p><p><span style="background-color: white; caret-color: rgb(38, 38, 38); color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">A alma de Antero era atormentada. O seu corpo pouco podia contra a assombração do espírito que o fustigava em permanência… o seu. </span><br style="caret-color: rgb(38, 38, 38); color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; caret-color: rgb(38, 38, 38); color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">A 11 de Setembro de 1891 matou-se a tiro de pistola, na terra que o viu nascer – Ponta Delgada. Por cima do banco que escolheu para assento nesta tarefa final, estava uma placa embutida na parede. Essa placa havia sido lá colocada com um fim… o de exibir uma palavra. Lá, gravada em alto relevo, podia ler-se "ESPERANÇA".</span></p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-35621855181562523942022-07-12T17:53:00.003+01:002022-07-12T17:53:52.656+01:00[ Marca a página 11 ]<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx2tzei_7fpcAX9fYjEA3-IwYbVbMspmM9zE6VPDB9JBbF_LmU61zb4Z9-xv0NaBIErVPvzeXF77i90L8Ldnp8R6Y-NfzP49Sjrvu0yQqmNy2-y5SRRNPhx2nHczD-cQbHN8asTvXsKaJSBtL_F5M-LsoiZnQ4TB25HlXYCIFMstmIdmmwbIwIn-Gp/s1181/%23RodrigoPrazeresSaias%20marca%20a%20pa%CC%81gina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1181" data-original-width="1181" height="403" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx2tzei_7fpcAX9fYjEA3-IwYbVbMspmM9zE6VPDB9JBbF_LmU61zb4Z9-xv0NaBIErVPvzeXF77i90L8Ldnp8R6Y-NfzP49Sjrvu0yQqmNy2-y5SRRNPhx2nHczD-cQbHN8asTvXsKaJSBtL_F5M-LsoiZnQ4TB25HlXYCIFMstmIdmmwbIwIn-Gp/w403-h403/%23RodrigoPrazeresSaias%20marca%20a%20pa%CC%81gina.jpg" width="403" /></a></div><p></p><p>Proposta de ilustração, e de colocação da mesma no layout, para o Marca a Página 11, da Porto Editora.</p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-73295382328633057402022-06-27T13:39:00.005+01:002022-06-27T17:28:44.491+01:00[ Pai e filho sob/re Orion ]<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb128_-1fJqKD9nyU8KMIkG-Urwba2vDaJgAGltA2UY1lwzsJcqm56O9pRJiMfjOLDeYAhTRn0YGaR5UN6LdnqjwZG-TLVuBe2F915XgkvV8DVKWk-a7yGYF40AyLui2CZRfn9cVTTKcX48XWADjUCMZJhF2XEauIN2-3QeLm0kZGs9aZif-J-jw-D/s1575/via%20la%CC%81ctea%20copy.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1115" data-original-width="1575" height="399" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb128_-1fJqKD9nyU8KMIkG-Urwba2vDaJgAGltA2UY1lwzsJcqm56O9pRJiMfjOLDeYAhTRn0YGaR5UN6LdnqjwZG-TLVuBe2F915XgkvV8DVKWk-a7yGYF40AyLui2CZRfn9cVTTKcX48XWADjUCMZJhF2XEauIN2-3QeLm0kZGs9aZif-J-jw-D/w563-h399/via%20la%CC%81ctea%20copy.jpg" width="563" /></a></div><br /><p><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;">POST SOUNDTRACK</span></p><p><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=bD-qG7tpPB0" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=bD-qG7tpPB0</a></span></p><p>Esta ilustração representa um pai (o meu), contemplando a via láctea, irremediavelmente entornada no cristalino céu do Alentejo profundo, em noite de lua nova. A luz que lhe ilumina o rosto, é a da lâmpada que por cima da porta da entrada, tentava vencer a escuridão que todas as noites envolvia, o à altura seu, isolado monte alentejano. A toda a volta, estendem-se quilómetros de terra arada, delimitados por linhas de árvores acompanhando tímidos cursos de água. Na minha ilustração, a tal luz encontra-se atenuada pela distância à casa, distância essa intencionalmente procurada por nós para contemplar as estrelas, diminuindo a interferência visual.</p><p>Esta ilustração destinou-se a um poema de meu pai, intitulado "via láctea", e foi uma das colaborações presentes na exposição conjunta que fizemos na galeria TeoArtis, em Évora, há uns anos valentes.</p><p>Publiquei-a neste blog em Agosto de 2007.</p><p>Este afastamento temporal permite-me assim já, sem risco de enfado para eventuais leitores da presente publicação, um repost da imagem, motivado pela sua total adequação às linhas seguintes.</p><p><br /></p><p>PAI – … Mas nem tudo o que parece é… Reflecte sobre o seguinte: se as viagens trans-pacífico são um facto assim tão tardio na história da humanidade, como é que existem hieróglifos egípcios gravados em paredes rochosas do interior da Austrália?</p><p>FILHO –… que sentido é que isso faz?</p><p>PAI – Não se trata de fazer sentido… São factos. Independentemente de fazer ou não sentido. Repara no seguinte – quais os dois povos que conheces, e que associas a boomerangues? Vêmo-los nas mão dos aborígenes australianos e nas suas pinturas, antigas e recentes… mas também os vemos nas paredes pintadas do antigo Egipto… Poderá haver aqui algo mais do que coincidência? </p><p>FILHO – Mas, a confirmar-se, não seria esse facto mais conhecido e falado?</p><p>– O Pai ri-se… –</p><p>PAI – Houve esta outra história sobre a mesma ideia… O antigo Egipto tinha, no seu imaginário religioso, um lugar especial para a constelação de Orion.</p><p>Esse lugar era tão especial que essa civilização decidiu eternizar essa relevância na sua arquitectura, construindo algo tão incrível, tão marcante a nível civilizacional, que esse marco ficou mesmo para a história da humanidade enquadrado na lista das sete maravilhas do mundo.</p><p>As três pirâmides do planalto de Gizé estão dispostas de acordo com a relação proporcional de distâncias existente entre as 3 estrelas da cintura de Orion. Além da relação de distâncias entre si, também a relação de dimensões relativas se encontra reflectida neste complexo. De facto a pirâmide maior está posicionada no lugar correspondente ao da estrela mais luminosa. A pirâmide mais pequena também se encontra no local correspondente ao da estrela menos luminosa. Será coincidência? </p><p>FILHO – <i>As above, so below</i>?</p><p>PAI – … Mas nem só os egípcios veneravam Orion. Essa devoção era comum a vários povos da antiguidade. Também os antepassados dos aztecas, a um oceano de distância, estavam tão fascinados com aquela constelação que também eles decidiram edificar estruturas enormes reflectindo a relação existente entre as três estrelas da cintura de Orion. Fizeram-no no complexo de Teotihuacan.</p><p>Trata-se certamente de outro acaso, dado que, ao que sabemos, não existiam viagens transatlântico na altura… certo?</p><p>Em Teotihuacan também encontramos três edificações que replicam a relação de distâncias e posicionamento das tais três estrelas. Trata-se do complexo arquitectónico da pirâmide do sol.</p><p>FILHO - Poder-se-ia dizer que a coincidência se deve ao acaso, e à extrema devoção de ambas as civilizações por essa constelação…</p><p>PAI - A teoria da coincidência complica-se um pouco quando consideramos as dimensões absolutas das duas pirâmides maiores em ambos os casos.</p><p>FILHO - Como assim?</p><p>PAI - Em Gizé, a pirâmide maior, comunmente associada ao Faraó Queóps, tem base quadrangular perfeita. A largura de cada lado é de 230m, segundo a a enciclopédia Brittanica online, ou 230.33m segundo a muito menos fiável wikipedia.</p><p>A pirâmide do sol de Teothiuacan tem base rectangular, ou seja, dois dos seus 4 lados são maiores que os outros dois. Por incrível que possa parecer, os lados maiores da estrutura medem, segundo a enciclopédia Brittanica online…230 m…</p><p>…medindo os 2 menores 220m.</p><p>Ou seja, a diferença de largura das duas maiores pirâmides de dois complexos arquitectónicos da antiguidade, separados por um oceano, replicando ambos na terra, a relação de posicionamento entre si das 3 estrelas da cintura de Orion, é de, entre 0 e 33 cm, consoante a fonte. Se considerarmos só os valores da mais fiável enciclopédia Brittanica, ambas a pirâmides têm exactamente a mesma largura.</p><p>FILHO - … Uau… não… Como é possível? </p><p>PAI - Mas a coisa ainda se complica mais um pouco…</p><p>FILHO - acho difícil… mas estou curioso.</p><p>PAI - … Na verdade ambas as civilizações se assumiam como herdeiras de um legado enorme, cujas origens remontavam a milénios passados. Os conquistadores espanhóis, confrontados com a perfeição edificativa que encontraram na América do Sul, perguntaram aos indígenas como é que tinham conseguido erigir semelhantes maravilhas. A sua resposta foi: "Não fomos nós… Tudo isto já existia quando cá chegámos". Os gregos reportaram o mesmo sobre o que os egípcios diziam do seu próprio passado. </p><p>Auto-intitulavam-se uma"civilização de legado".</p><p>FILHO - Mmmm… e eles acreditaram? </p><p>PAI - Olha que, o que sabemos hoje não deixa de ser intrigante…</p><p>FILHO - Então…?</p><p>PAI - Muitos destes povos eram, em termos evolutivos, povos da idade do Bronze. </p><p>FILHO - Mas não os egípcios… </p><p>PAI - … atenção… A civilização do antigo Egipto dura aproximadamente 4.000 anos… e… são 4.000 anos decorridos antes de Cristo. É muito tempo, e foi há muito tempo. Podes estar a ser enganado por isso. Estarás provavelmente a pensar na concepção que temos dos reinados tardios do Egipto… Mas a pirâmide que encaixamos no restrito grupo das sete maravilhas do mundo, e que até à construção da Torre Eifel foi a edificação mais alta do mundo, é datada como tendo sido construída no reinado do faraó Queóps, entre os anos de 2589 e 2566 a.C.… Estamos. a falar de um povo a viver num contexto evolutivo da idade do bronze, no qual nem sequer se usava a roda.</p><p>FILHO - … e que também se considerava herdeiro de um vasto legado?</p><p>PAI - (rindo brevemente) … experimenta pesquisar sobre "zep tepi"… o tempo em que os deuses andavam entre nós.</p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-47754172641250030072022-06-09T18:39:00.002+01:002022-06-09T18:42:33.926+01:00[ … e Santo António falou aos peixes. ]<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8ZdtEjofr_GKdgKxgIczo9uqLGwFFti_shbfXjVF_cWU6whX90ZjbzKyvybJa2arhEfEeSkUReGYLh1unLiyLEyIIqCJH2WBIqNEhyB7Yzn_LbFEbmp0GAvnxISJtwZbn58MzJrTBY8Ozb-AF2XmHC_lAEGcoJ056y3Ne388pirNzaVTUwWphQQMJ/s984/%23RodrigoPrazeresSaias%20Sto%20Anto%CC%81nio.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="984" data-original-width="984" height="539" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8ZdtEjofr_GKdgKxgIczo9uqLGwFFti_shbfXjVF_cWU6whX90ZjbzKyvybJa2arhEfEeSkUReGYLh1unLiyLEyIIqCJH2WBIqNEhyB7Yzn_LbFEbmp0GAvnxISJtwZbn58MzJrTBY8Ozb-AF2XmHC_lAEGcoJ056y3Ne388pirNzaVTUwWphQQMJ/w539-h539/%23RodrigoPrazeresSaias%20Sto%20Anto%CC%81nio.jpg" width="539" /></a></div><div><br /></div><a href="https://www.youtube.com/watch?v=7h7idUJl1to" target="_blank"><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;">POST SOUNDTRACK</span></a><div><a href="https://www.youtube.com/watch?v=7h7idUJl1to" target="_blank"><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;">https://www.youtube.com/watch?v=7h7idUJl1to</span></a><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">… e Santo António falou aos peixes.</div><p></p></div>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-64908897061217070022022-05-17T11:52:00.001+01:002022-05-17T12:12:45.181+01:00[ Antero de Quental #1 ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfYVwdTEAXTaMFXJhW7ZRrcEMcuRH0HQrC5cfWBoZjNEJe2qeezQjltWZvpArKzPH7lItXi_797-53hJ9czsw8JRyEQd0o8Zr4BjQ1Z65eN5BiB3LH6FL-DBgmluGKP8X_AaAIB8I70elu_pK_cgybWhQAbm6zCvBovdkL3wzI9bqzohgvl3Xw28_x/s1243/%23RodrigoPrazeresSaias%20Antero%201.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1029" data-original-width="1243" height="407" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfYVwdTEAXTaMFXJhW7ZRrcEMcuRH0HQrC5cfWBoZjNEJe2qeezQjltWZvpArKzPH7lItXi_797-53hJ9czsw8JRyEQd0o8Zr4BjQ1Z65eN5BiB3LH6FL-DBgmluGKP8X_AaAIB8I70elu_pK_cgybWhQAbm6zCvBovdkL3wzI9bqzohgvl3Xw28_x/w492-h407/%23RodrigoPrazeresSaias%20Antero%201.jpg" width="492" /></a></div><div><br /></div><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;">POST SOUNDTRACK</span><div><span style="color: #999999; font-family: helvetica; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=GFoT6UUNLZc" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=GFoT6UUNLZc</a></span><br /><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p></p><p><span style="font-family: georgia;"> <span style="color: #333333; font-size: 16px; orphans: 2; widows: 2;"><i>Com os Mortos</i></span></span></p><p class="frase fr0" id="MTczNzIzMw" style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-size: 16px; font-variant-ligatures: normal; line-height: 1.3; margin: 0px; orphans: 2; overflow-wrap: break-word; padding: 0px 0px 0px 25px; position: relative; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; z-index: 0;"><span style="font-family: georgia;"><br style="box-sizing: border-box;" />Os que amei, onde estão? Idos, dispersos,<br style="box-sizing: border-box;" />arrastados no giro dos tufões,<br style="box-sizing: border-box;" />Levados, como em sonho, entre visões,<br style="box-sizing: border-box;" />Na fuga, no ruir dos universos...<br style="box-sizing: border-box;" /><br style="box-sizing: border-box;" />E eu mesmo, com os pés também imersos<br style="box-sizing: border-box;" />Na corrente e à mercê dos turbilhões,<br style="box-sizing: border-box;" />Só vejo espuma lívida, em cachões,<br style="box-sizing: border-box;" />E entre ela, aqui e ali, vultos submersos...<br style="box-sizing: border-box;" /><br style="box-sizing: border-box;" />Mas se paro um momento, se consigo<br style="box-sizing: border-box;" />Fechar os olhos, sinto-os a meu lado<br style="box-sizing: border-box;" />De novo, esses que amei vivem comigo,<br style="box-sizing: border-box;" /><br style="box-sizing: border-box;" />Vejo-os, ouço-os e ouvem-me também,<br style="box-sizing: border-box;" />Juntos no antigo amor, no amor sagrado,<br style="box-sizing: border-box;" />Na comunhão ideal do eterno Bem.</span></p><p class="frase fr0" id="MTczNzIzMw" style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-size: 16px; font-variant-ligatures: normal; line-height: 1.3; margin: 0px; orphans: 2; overflow-wrap: break-word; padding: 0px 0px 0px 25px; position: relative; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; z-index: 0;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></p><p class="frase fr0" id="MTczNzIzMw" style="box-sizing: border-box; color: #333333; font-variant-ligatures: normal; line-height: 1.3; margin: 0px; orphans: 2; overflow-wrap: break-word; padding: 0px 0px 0px 25px; position: relative; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; z-index: 0;"><span style="font-family: georgia; font-size: x-small;"><i>Antero de Quental</i></span></p></div>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-85039974761614339542022-05-11T15:23:00.002+01:002022-05-17T11:44:00.551+01:00[ Grato a Eça ]<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ8huM6p9zKJa3r2EGQH3Rybu9_SSVEmvYWG-q3-E27GQ9F1zlo6fLP42ojVcG07C_VPgYA8YftzhxDjGFgfOu-K6gDkgZ2QM3W3ZVSSW_75m65y-oZJzYJaVJLkIFVjxrQEE1FW91BeWbOjXOKiXYuLTyb0kvHqyS3plXtR-7G3ruXjfTvyM33F8B/s960/%23RodrigoPrazeresSaiasI%201.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="570" height="845" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ8huM6p9zKJa3r2EGQH3Rybu9_SSVEmvYWG-q3-E27GQ9F1zlo6fLP42ojVcG07C_VPgYA8YftzhxDjGFgfOu-K6gDkgZ2QM3W3ZVSSW_75m65y-oZJzYJaVJLkIFVjxrQEE1FW91BeWbOjXOKiXYuLTyb0kvHqyS3plXtR-7G3ruXjfTvyM33F8B/w502-h845/%23RodrigoPrazeresSaiasI%201.jpg" width="502" /></a></div><div><span style="color: #999999;"><br /></span></div><div><span style="color: #999999; font-family: arial; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=OKgLEWv9imE" target="_blank">POST Soundtrack:</a></span></div><div><span style="color: #999999; font-family: arial; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=OKgLEWv9imE" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=OKgLEWv9imE</a></span></div><div><br /></div><span style="font-family: times;">O autor que me fez descobrir o enorme prazer que a leitura de um livro pode proporcionar, foi Eça de Queirós.</span><div><span style="font-family: times;">O livro veículo desta descoberta… <i>A Ilustre Casa de Ramires</i>, com primeira edição publicada há 122 anos.</span></div><div><span style="font-family: times;">A nível de conteúdo, houve para mim, na leitura deste livro, um grande alinhamento de referências narrativas, com referências pessoais do meu <i>eu</i> da altura. A vertente<span> da acção medieval, presente nas vivências de <span face="sans-serif" style="background-color: white; color: #202122;">Tructesindo Ramires, encaixou que nem uma luva num imaginário que eu explorava em banda-desenhada de produção própria. Também me disse muito a</span></span> aura do tradicionalismo rural português de Vila Clara, na qual decorria uma parte da acção do tempo "presente" do livro. </span></div><div><span style="font-family: times;">Mas a experiência desta leitura foi marcante a um outro nível. Consigo recordar com enorme nitidez, os finais de dia passados em solitária e saborosa degustação do meu livro… na sala da casa, lendo à luz amarela do candeeiro que estava na prateleira superior do móvel da aparelhagem <i>Onkio</i>. No gira-discos, como moldura sonora desses momentos, eu, com frequência fazia rodar o vinil dos concertos de Brandenburgo, de Bach, numa fantástica gravação da <i>Deutsche Grammophone</i> de uma interpretação com instrumentos da época. </span></div><div><span style="font-family: times;">… Como encaixava bem aquela música nas páginas do meu livro… </span></div><div><span style="font-family: times;">… Como encaixava bem esse binómio nos fins de dia do meu <i>eu</i> da altura…</span></div><div><span style="font-family: times;">Num dos anos escolares seguintes, o programa de leituras da cadeira de Português trouxe até mim <i>Os Maias</i>. </span></div><div><span style="font-family: times;">Nessa outra fase da minha adolescência, também este livro me proporcionou belíssimos momentos de leitura. </span></div><div><span style="font-family: times;">A tragédia amorosa de Carlos da Maia e Maria Eduarda, confirmou-me um convicto fã da escrita de Eça. </span></div><div><span style="font-family: times;">Tendo esses momentos da minha vida ainda tão presentes na memória, foi com enorme entusiasmo que recebi o desafio da Porto Editora para ilustrar alguns momentos narrativos d'<i>Os Maias,</i> para o <i>Marca a Página 11</i>, manual de português elaborado pela fantástica equipa de autores </span><span style="font-family: times;">(Bárbara Tavares, Daniela Pinheiro, Isolete Sousa e Ricardo Cruz, com coordenação editorial de Carla Pereira)</span><span style="font-family: times;">, com a qual já havia tido a sorte de trabalhar na construção do livro do 10° ano, da mesma disciplina.</span></div><div><span style="font-family: times;">A intrincada relação entre ilustração e texto, faz com que o resultado final dessa união, seja, na mente do leitor, muito diferente da contemplação das partes em separado. O efeito sugestivo da ilustração, influencia (positivamente, deseja-se), a construção mental que o leitor faz do conteúdo das palavras escritas, à medida que este lê o texto, e, em sentido inverso, o texto confere, na imaginação do leitor, acção e vida aos inanimados bonecos presentes na página, os quais, de outra forma, valendo só por si, ficariam grandemente desprovidos de alma (<i>anima</i> / animação). </span></div><div><span style="font-family: times;">A vida narrativa da ilustração está no texto. A construção que o leitor faz da história é formalmente moldada pela ilustração.</span></div><div><span style="font-family: times;">À luz desta ideia, foi então para mim um prazer enorme contribuir para a construção mental que os futuros leitores deste manual (<i>Marca a página 11</i>), farão de uma obra literária escrita por um dos meus autores preferidos.</span></div><div><span style="font-family: times;">No momento particular a que alude a ilustração apresentada neste <i>post,</i> ao entrelaçamento físico das personagens, idealizado e descrito por Eça, pude emprestar a minha própria noção de abraço apaixonado, e de sorriso cúmplice e feliz. A acção será desenvolvida e continuada na mente do leitor, por Carlos da Maia e Maria Eduarda, à medida que a narrativa os conduz através da sala das tapeçarias, em direcção ao quarto. Há poucos instantes… ou daqui a um breve momento… Carlos pousará no pescoço de Maria Eduarda um beijo longo e lento, e ela abandonar-se-á mais… e os seus olhos cerrar-se-ão pesados e vencidos…</span></div><div><span style="font-family: times;">"Viram" isto acontecer?</span></div><div><span style="font-family: times;">…</span></div><div><span style="font-family: times;">Eu sim, claramente.</span></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-50787472055150479522022-04-28T19:31:00.003+01:002022-05-17T12:14:22.078+01:00[ Nick Cave got it right ]<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwsFZzaqDnySCwb23jemOCf7ZIYu8vBhhf5sEDsrfuzspojoQtWcY7dQiCfAhoL0ScCNi4vtnDcmnSxGRs6rop8XJ8spUojvOkNHdnY4WLPk_nrNmOHB1iB0tG6eAgP2vcpD670T4Qncujho_aYd8EzoJjM5UusUrmmQ4K1gtP8lo30h3FNsyAhiCy/s1514/%23RodrigoPrazeresSaias%20Filosofia%20_%2011.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1401" data-original-width="1514" height="387" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwsFZzaqDnySCwb23jemOCf7ZIYu8vBhhf5sEDsrfuzspojoQtWcY7dQiCfAhoL0ScCNi4vtnDcmnSxGRs6rop8XJ8spUojvOkNHdnY4WLPk_nrNmOHB1iB0tG6eAgP2vcpD670T4Qncujho_aYd8EzoJjM5UusUrmmQ4K1gtP8lo30h3FNsyAhiCy/w418-h387/%23RodrigoPrazeresSaias%20Filosofia%20_%2011.jpg" width="418" /></a></div><br /><p><span style="caret-color: rgb(153, 153, 153); font-family: arial; font-size: small;"><span style="color: #999999;">POST SOUNDTRACK</span></span></p><p><span style="color: #999999; font-family: arial;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=LnHoqHscTKE" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=LnHoqHscTKE</a></span></p><p><i><br /></i></p><p><i>Nick Cave got it right</i>…</p><p>Tal como ele, há muitos anos que também eu "…<i>don´t believe in an interventionist God</i>".</p><p>Cheguei a esta ideia de forma muito racional (por oposição a dogmática)… da mesma forma, aliás, que cozinho todas as minhas ingénuas conjecturas sobre a transcendência.</p><p>É para mim claramente impossível que alguém (ou algo), tenha mão nesta imensa engrenagem chamada "história da humanidade". Nesta engrenagem, existe uma gigantesca roda dentada (com dentes bem aguçados) a qual, ao ritmo de rotação das voltas do todo, vai lenta e implacavelmente trucidando muitas e muitas pequenas existências individuais, das quais os gritos se ouvem bem alto. Esses gritos, por vezes gerados pela dor de quem se vê no mais tenebroso dos infernos, em nada perturbam o andamento da dita roda, ou as rotinas do todo que a compõe.</p><p>O sofrimento destas almas é autêntico, por vezes muito intenso, por vezes desesperado… por vezes louco.<br /><br />Na origem deste sofrimento estão por vezes causas que se arrastam no tempo, e esse sofrimento é de longa duração… Tem por vezes a duração de vidas. Esse sofrimento também tem, por vezes, causas breves… de apenas segundos, de apenas minutos, de apenas horas ou dias… mas de uma intensidade insana.<br />Esse sofrimento tem por vezes como causa a constatação e observação, ou a vivência partilhada, do sofrimento das vidas outras que mais prezamos… Haverá sofrimento maior?<br /></p><div style="text-align: center;">…</div><br />Quantos biliões de episódios de desespero absoluto, e tão frequentemente inocente, já se viveram nesta novela?<br /><br />A entidade que habita esse outro plano de existência, e que por razão da sua inoperância, tem, dedutivamente, que estar impossibilitada de capacidade de intervenção, só pode ser um espectador muito deprimido.<p></p><p>Enquanto passageiro atento desta transição pelo plano da existência física, já constatei a verdade de uma relação entre sofrimento e evolução espiritual… Mas #@%*$#;±>£… Quantas almas genuinamente boas já se ajoelharam e rezaram desesperadamente, com toda a força da sua crença, suplicando fervorosamente a tal intervenção propiciadora do fim do inferno, para si… para os inocentes seus… Quantas dessas almas genuinamente boas acabaram literalmente numa fornalha ardente… saindo em cinzas pelo alto de uma chaminé…<br /></p><div style="text-align: center;">…</div><p>Sempre achei que a nota prevalecente na análise transversal às conquistas sociais e morais da história da humanidade fosse o Progresso. Achei que a transposição histórica de certos obstáculos, trazia consigo a impossibilidade do retrocesso, e que o tempo da rezas desesperadas e infrutíferas, oriundas de grandes massas de gente que atravessa o inferno na terra, não voltasse ao mundo civilizado.</p><p><i>I got it wrong…</i></p>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-802023035559439678.post-65145558806569306292022-03-18T14:31:00.004+00:002022-05-17T12:15:09.532+01:00[ Corte ]<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhIB4qDnPLsrvqUZvTlbMA5NyxR2CIX9yI-ym_vEIbaazB9KbPHkKRrBcHbOTrQVcvlaCseOAfNbjbCIpksu--K7BJRRTq022viIdR2mPZj-9U9umLt1CyuncIKfpdhGPu0m2_nzseHIRTIzajYSl_szZyogJCj_6f9aOUh4iT2quNshSYgAlXAWyMA=s1575" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1575" data-original-width="1575" height="485" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhIB4qDnPLsrvqUZvTlbMA5NyxR2CIX9yI-ym_vEIbaazB9KbPHkKRrBcHbOTrQVcvlaCseOAfNbjbCIpksu--K7BJRRTq022viIdR2mPZj-9U9umLt1CyuncIKfpdhGPu0m2_nzseHIRTIzajYSl_szZyogJCj_6f9aOUh4iT2quNshSYgAlXAWyMA=w485-h485" width="485" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><span style="color: #999999; font-family: arial; font-size: x-small;">POST SOUNDTRACK</span></div><div><span style="color: #999999; font-family: arial; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=ie6plcFQ330" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=ie6plcFQ330</a></span></div><div><br /></div>Corte 1<div>Cortar as linhas que nos guiam no sentido de evitar os erros que a nossa inexperiência/imaturidade não permite antecipar, livrando-nos assim de desfechos menos positivos para a nossa integridade, ainda que, por vezes, gerando em nós contrariedade e revolta interior, momentânea ou permanente, advinda do facto de a nova direção induzida às nossas dinâmicas, poder ser contrária à que é mais apelativa à nossa vontade. </div><div><br /></div><div>Corte 2</div><div>Cortar as linhas que nos prendem os movimentos, restringindo a nossa liberdade, diminuindo a amplitude do bater das nossas asas, e, consequentemente, promovendo a calcificação da articulação dos nossos movimentos máximos potenciais, com reflexo imediato na diminuição dos horizontes dos nossos processos mentais criativos, resultando no enjaulamento involuntário da personalidade por descobrir.</div><div><br /></div><div>Abrir a tesoura… Cercar a linha alvo por dois lados necessariamente opostos… Abater sobre ela (linha) o desencontro cruzado rasante das duas lâminas articuladas em convergência… Adequar a força aplicada à debelação da densidade da linha, ajustada em função da verificação sensorial imediata… Assistir ao sucesso programado do desfecho da acção.</div><div><br /></div>Rodrigo Prazeres Saiashttp://www.blogger.com/profile/05094461272099966746noreply@blogger.com0