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Tuesday, February 21, 2012

Preview #1 + Preview #2

A imagem não reproduz uma ilustração.
Trata-se de um desenho… caneta preta sobre papel de 300 gr, formato 70 * 100 (… No photoshop here…). A minha ideia inícial era ter uma colecção de 10 ou 12 desenhos e aí então mostrá-la a quem a quisesse ver, mas a galerista Ana Matos e o amigo e fotógrafo Cláudio Garrudo fizeram-me o simpático convite de participar nesta exposição colectiva, denominada I=II, da Galeria das Salgadeiras com 2 desses desenhos. Até 7 de Abril.
Já há uns meses que trabalho activamente sobre este novo caminho que descreve uma volta bastante curiosa: … A minha primeira ilustração possuidora da linguagem que este blog amplamente documenta, para um texto de Agustina Bessa-Luís publicado na revista EGOÍSTA, foi inícialmente abordada numa perspectiva diferente. Eu já tinha produzido ilustrações para outros suportes editoriais, mas com uma linguagem que achava não ser adequada ao objectivo em causa, tendo resolvido experimentar a técnica e linguagem dos trabalhos plásticos que realizava na altura, ou seja, desenhar com sangue sobre papel de aguarela. Foi um tremendo falhanço, vendo-me eu obrigado a romper totalmente com essa linguagem, iniciando de seguida algumas experiências que me levaram ao trabalho com recurso a desenho sobre papel, e cor digital, através do qual ilustrei "Artur Leite, pai de uma menina".
Realizada a exposição "Natureza Morta" (crâneos de borrego desenhados a sangue) abandonei o desenho como um fim, e durante todo este tempo, enquanto ilustrava, vim procurando um tema e uma linguagem que me permitissem voltar ao desenho "analógico" em grande formato. A resposta a ambas as questões acabou por vir do trabalho de ilustração.
Ao longo desse percurso consigo identificar 4 momentos decisivos para chegar até à linguagem do desenho apresentado acima, o último dos quais é a BD de Masanori Kasumoto Okama, o marceneiro que percorria uma floresta de Okinawa em busca de um "… determinado tipo de madeira…", publicada também na EGOÍSTA, edição "traço".
Para mim, o que é curioso neste ciclo é o facto de a linguagem do desenho como um fim, abrangente, ilimitado, não me ter permitido resolver um exercício de ilustração… e ter sido o percurso de ilustração, limitado, restritivo, utilizando o desenho como um meio (técnica), e através do património visual aí construído (tema), que me trouxe de volta ao desenho como um fim.